Enquanto recebia críticas de Bolsonaro, Bivar jantou com Moro
Presidente do PSL, Luciano Bivar, jantou na terça-feira com o deputado e outros parlamentares da sigla em um restaurante de Brasília
Estadão Conteúdo
Publicado em 10 de outubro de 2019 às 08h14.
Última atualização em 10 de outubro de 2019 às 08h21.
São Paulo — No mesmo dia em que o presidente Jair Bolsonaro disse que Luciano Bivar, presidente do PSL, está "queimado para caramba", o ministro da Justiça, Sergio Moro, jantou na terça-feira, 8, com o deputado e outros parlamentares da sigla em um restaurante de Brasília. A justificativa foi a de que era preciso discutir o pacote anticrime.
Antes de Moro chegar, Bivar teve conversa reservada com parte da bancada. A reportagem apurou que houve um desagravo ao presidente do PSL - correligionários estranharam o ataque público de Bolsonaro a Bivar.
No mesmo restaurante estavam os procuradores Deltan Dallagnol e Roberson Pozzobon, da força-tarefa da Lava Jato em Curitiba. Ambos tiveram diálogos vazados pelo site The Intercept Brasil e enfrentam um desgaste de imagem.
Como se já não bastassem os encontros fortuitos, o ex-senador Romero Jucá (MDB-RR) protagonizou mais um. Logo que chegou ao restaurante, foi direto cumprimentar um jornalista, sem saber que ele estava com Dallagnol e Pozzobon.
Assim, Jucá se viu cercado pela Lava Jato - Moro de um lado e os procuradores de outro. Em 2016, o emedebista deixou o cargo de ministro do Planejamento (governo Temer) após vir à tona gravação em que ele dizia ser preciso "estancar essa sangria", em referência à Lava Jato.
Não foi apenas Jucá que passou aperto. Quando viu Moro entrar no restaurante, Dallagnol se levantou certo de que o ministro iria cumprimentá-lo. Nada disso. Atrasado, o ministro apressou o passo para o local reservado pelo PSL e foi direto cumprimentar Bivar. Deixou o ex-colega de Curitiba no "vácuo". À reportagem, justificou nem ter visto Deltan. "Brasília é muito pequena mesmo."