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Empresários reclamam de barreiras após visita de Obama

Indefinição nas conversas entre Dilma e o presidente dos EUA desagradou executivos

Obama e Dilma: empresários cobram atitude "mais leal" dos EUA no comércio (José Cruz/ABr)

Obama e Dilma: empresários cobram atitude "mais leal" dos EUA no comércio (José Cruz/ABr)

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Da Redação

Publicado em 21 de março de 2011 às 15h03.

São Paulo – A visita do presidente norte-americano, Barack Obama, ao Brasil terminou hoje (21) sem um posicionamento claro sobre o fim das barreiras comerciais à entrada de produtos brasileiros nos Estados Unidos (EUA). Tema de discursos e discussões entre brasileiros e norte-americanos durante o fim de semana, o assunto acabou sem definição e seguirá na agenda bilateral dos dois países.

Essa indefinição foi lamentada por empresários brasileiros. Para eles, apesar da queda dessas barreiras dependerem de decisões dos parlamentares dos EUA, o presidente Obama poderia ter anunciado um compromisso com o assunto em sua vinda ao Brasil.

“Infelizmente, não foi feito nada”, disse o diretor do Departamento de Energia e Infraestrutura da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Carlos Cavalcanti. “A gente espera uma atitude mais forte de Obama neste sentido [da redução das barreiras comerciais].”

Cavalcanti foi um dos empresários que se reuniram na manhã de hoje, em São Paulo, com o secretário de Comércio dos EUA, Gary Locke. No encontro, eles cobraram do representante do governo norte-americano uma atitude “mais leal” dos EUA no comércio bilateral.

O presidente da Fiesp, Paulo Skaf, disse em entrevista coletiva após o encontro com Locke que foram expostos a ele vários setores da economia brasileira afetados por subsídios a empresas norte-americanas ou por taxas impostas a exportações brasileiras. Etanol, aço, suco de laranja, carne e algodão são alguns produtos com a sua venda comprometida, destacou Skaf.

Skaf afirmou que Locke tomou nota das reivindicações dos brasileiros e se comprometeu a analisá-las. Porém, não se posicionou sobre o assunto. “A vinda de Obama é um gesto. Agora, cabe a todos nós transformar esse gesto em realidade nos negócios, nos investimentos, na relação entre os dois países”, disse Skaf, sobre suas expectativas para o comércio entre os dois países.

Segundo ele, devido a essas barreiras comerciais, o valor das exportações brasileiras para os EUA não aumenta desde 2004. De lá pra cá, o percentual de produtos manufaturados brasileiros vendidos para os Estados Unidos caiu de 74% para 51%.

Skaf lembrou que, em 2004, o Brasil tinha superávit de US$ 8 bilhões de dólares na balança comercial com os EUA. Em 2010, teve déficit de US$ 8 bilhões. Neste ano, este déficit pode chegar a US$ 11 bilhões.

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