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Em carta, Bolsonaro defende Bolsa Família com "auditoria"

Pré-candidato está preocupado em agradar eleitores de baixa renda e abocanhar fatia de Marina Silva e Ciro Gomes

O deputado federal e pré-candidato Jair Bolsonaro durante evento com prefeitos em Brasília (Sergio Lima/Bloomberg)
EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 3 de junho de 2018 às 09h58.

Brasília - Preocupado em não perder votos entre eleitores de menor renda, o pré-candidato à Presidência Jair Bolsonaro (PSL) prepara uma "carta de princípios" na qual se comprometerá em manter o Bolsa Família com mais auditorias, entre outras promessas.

A estratégia do documento é formalizar compromissos do pré-candidato na área social, na qual incluirá também uma reforma da Previdência "devagar".

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A carta de princípios do capitão da reserva do Exército mira a disputa por votos com Marina Silva (Rede) - a concorrente considerada mais difícil de bater -, e Ciro Gomes (PDT), ambos bem avaliados entre famílias de baixa renda. "Lula está fora de combate", destacou Bolsonaro. "Eu vou fazer a minha parte."

Conversas

A elaboração da carta ocorre em paralelo a conversas do economista Paulo Guedes, conselheiro do pré-candidato, com empresários e banqueiros para apresentar Bolsonaro.

"Tenho aprendido com ele (Paulo) e ele tem aprendido comigo, que conheço a política: 'Paulo, isso não passa na Câmara'", disse o pré-candidato sobre as conversas com o economista. "A minha reforma da Previdência, por exemplo, é por partes. Duvido que não votem uma primeira leva (de medidas). Vai (se for) devagar."

A preocupação da campanha de Bolsonaro é com eventual difusão de que um governo do pré-candidato do PSL poderá acabar com o Bolsa Família.

Criado há 14 anos pelo então presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o programa atende 13,9 milhões de famílias, que recebem em média R$ 178,46 por mês.

A carta de princípios defenderá a análise de ações "pragmáticas" em saúde, emprego e educação para complementar a política de redução da pobreza.

Há preocupação também com o eleitorado feminino. Pesquisa Datafolha de janeiro mostrou, ainda num cenário com Lula candidato, que Marina vence Bolsonaro nos eleitorados feminino (20% a 11%), mais pobre (19% a 11%) e menos escolarizado (17% a 9%).

No Nordeste, reduto principal do eleitor do petista, Bolsonaro teve 9%, índice inferior tanto ao de Marina (16%) quanto ao de Ciro (15%). O Nordeste é a região apontada em pesquisas internas do grupo de Bolsonaro como área das mulheres mais refratárias ao pré-candidato.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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