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Doria faz aceno para Moro um dia após ser escolhido pré-candidato do PSDB

Tucano tenta aglutinar outros nomes de centro e liderar terceira via contra Lula e Bolsonaro

João Doria: governador do Estado de São Paulo (Christopher Goodney/Bloomberg)

João Doria: governador do Estado de São Paulo (Christopher Goodney/Bloomberg)

AO

Agência O Globo

Publicado em 28 de novembro de 2021 às 14h55.

Última atualização em 28 de novembro de 2021 às 15h06.

Um dia após ser escolhido pré-candidato nas prévias do PSDB, o governador de São Paulo, João Doria, fez acenos, neste domingo, a outros nomes de centro que também buscam liderar uma terceira via contra o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas eleições do ano que vem. Em entrevista à “CNN Brasil”, o tucano não descartou uma aliança com o ex-juiz federal Sergio Moro e elogiou os senadores Simone Tebet (MDB-MS) e Rodrigo Pacheco (PSD-MG).

— É possível. Eu tenho boas relações com Sergio Moro e tenho respeito por ele, não haveria nenhuma razão para não manter relações com alguém que ajudou o Brasil, com alguém que contribuiu com a Lava Jato, assim como Simone Tebet, uma brilhante senadora, e o senador Rodrigo Pacheco, com boa postura e equilíbrio — disse Doria.

O governador também afirmou que já conversou com alguns pré-candidatos após o resultado das prévias para traçar os planos conjuntos visando as eleições de 2022. Ele, no entanto, não citou nome, mas disse que as conversas devem continuar pelas próximas semanas.

Sobre uma possível aglutinação das candidaturas da chamada terceira via no ano que vem, Doria disse que as pesquisas eleitorais não devem ser o principal fator para decidir o postulante ao Palácio do Planalto:

— A pesquisa não é único elemento necessário. Ela é parte integrante, mas tem que ter uma composição de forças para que este candidato ou candidata possa representar uma capacidade de enfrentamento a Lula e Bolsonaro.

De acordo com sondagens mais recentes, Doria aparece atrás de Lula, Bolsonaro, Moro e do candidato do PDT, Ciro Gomes, nas intenções de voto.

Doria não quis fazer comentários sobre um possível lugar em sua campanha para o deputado federal Aécio Neves (PSDB-MG). Desafeto de Doria, o mineiro apoiou nas prévias o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite. Um dos principais desafios do governador de São Paulo será unir o PSDB. Doria também precisará estruturar sua campanha em Minas Gerais, que é o segundo maior colégio eleitoral do país.

Sobre Leite, Doria fez elogios ao adversário e disse que espera tê-lo em sua equipe de campanha. O agora pré-candidato tucano à Presidência também foi questionado se o ex-governador Geraldo Alckmin estará no projeto. Ele respondeu que isso acontecerá se o correligionário se manter no PSDB. Alckmin é cortejado pelo PSD, PSB e pelo União Brasil, fruto da fusão entre DEM e PSL.

— Temos que estar juntos para termos projetos para os brasileiros. Não vejo condições de um projeto do PSDB, mas um projeto de Brasil. Temos que ter humildade, capacidade, bom diálogo e propostas claras e objetivas — afirmou à “CNN Brasil”.

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