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Destroços do avião que caiu em Vinhedo começam a ser retirados e motores serão enviados para análise

Corpos de todas as 62 vítimas já fora retirados e perícia trabalha para realizar a identificação de todas elas

Agência o Globo
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Publicado em 11 de agosto de 2024 às 12h07.

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Com todos os 62 corpos de vítimas da tragédia aérea em Vinhedo resgatados, a Força Aérea Brasileira concentra os trabalhos neste domingo na remoção dos destroços da aeronave da Voepass. Nesta manhã, estão sendo retirados os motores, que vão ser enviados para São Paulo, onde serão analisados na tentativa de ajudar na identificação das causas do acidente.

Além do motivo para a queda da aeronave, a perícia se concentra também em conseguir identificar todos passageiros e tripulantes mortos.

As causas do acidente são investigadas pelo Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (CENIPA), que deve emitir relatório preliminar sobre o desastre em 30 dias.

Na manhã deste sábado, técnicos da França, do Escritório de Investigação e Análise para Segurança da Aviação Civil (Bureau d'Enquêtes et d'Analyses pour la Sécurité de l'Aviation Civile, sigla BEA, em francês), chegaram ao condomínio Recanto Florido, onde caiu o avião, para dar apoio aos investigadores.

As caixas-pretas com as informações sobre o voo chegaram a Brasília neste sábado e já estão em análise. O trabalho de investigação irá se concentrar primeiro na identificação do material de voz da cabine, segundo o brigadeiro Marcelo Moreno, do Cenipa. O segundo passo será dos dados de voo que estão gravados no Flight Data Recorder (FDR), um dos dispositivos que fazem parte da caixa-preta, segundo ele.

A avaliação do material será crucial para determinar as causas da queda. Enquanto o FDR registra os dados técnicos do voo, como altitude, velocidade e movimentos dos controles da aeronave, o Cockpit Voice Recorder (CVR), outro dispositivo da caixa-preta, traz as conversas na cabine.

O relatório mais detalhado sobre o que levou à queda do avião ainda pode demorar, mas a Força Aérea Brasileira (FAB), à qual o Cenipa é subordinado, informou que uma análise preliminar deve sair em até 30 dias.

A aeronave da fabricante ATR caiu cerca de quatro mil metros em apenas um minuto na última sexta-feira e deixou de responder às chamadas do Controle de Aproximação de São Paulo às 13h21. Não foram reportados pelo piloto comunicação de emergência ou alerta sobre condições meterológicas adversas.

O desastre aéreo, um dos mais letais em solo brasileiro, não deixou nenhum sobrevivente. Entre os mortos, estavam 34 homens e 28 mulheres. Das vítimas, quatro eram tripulantes da Voepass e quatro tinham dupla nacionalidade, com três venezuelanos e uma portuguesa.

Identificação das vítimas

Após a retirada dos corpos dos escombros, todas as vítimas foram encaminhadas para o Instituto Médico Legal (IML) central, em São Paulo, que montou uma operação especial para o reconhecimento de todos os mortos. O primeiro, com 12 vítimas, chegou ao local na manhã de sábado.

Não há um prazo definido para a identificação de todas as vítimas. Cerca de 40 técnicos, entre médicos e equipes de odontologia legal, antropologia e radiologia trabalham na operação. Até aqui, duas foram reconhecidas, entre elas o piloto da aeronave, Danilo Santos Romano, de 35 anos.

Os familiares das vítimas têm sido entrevistados, desde ontem, para ajudar na identificação. As famílias foram orientadas a entregar documentações médicas que possam auxiliar na identificação dos corpos. Há também a coleta de materiais biológicos e, quando necessário, será feito o exame de DNA, que tem um resultado mais demorado.

Próteses, tatuagens e fraturas podem ajudar as equipes que trabalham na identificação dos corpos, de acordo com o capitão da Defesa Civil de São Paulo Roberto Farina.

Três técnicas podem ser aplicadas pela perícia: a identificação por impressão digital, que é mais célere, análise da arcada dentária ou exame genético. As famílias pode optar por fazer a coleta de material em Cascavel, São Paulo ou Ribeirão Preto. É possível também emitir uma autorização para que terceiros façam a liberação dos corpos no IML, caso necessário.

 

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