Depois de viagens ao exterior, Bolsonaro vai ao Amapá
Presidente convidou os senadores Davi Alcolumbre e Randolfe Rodrigues para acompanhá-lo na inauguração de aeroporto internacional de Macapá
Da Redação
Publicado em 12 de abril de 2019 às 06h05.
Última atualização em 12 de abril de 2019 às 06h26.
O presidente Jair Bolsonaro enfim centra suas atenções nas questões internas do Brasil. Depois de emendado três viagens internacionais para os Estados Unidos , Chile e Israel , o presidente viaja nesta sexta-feira, 12, para o Amapá para participar da cerimônia de inauguração do novo aeroporto internacional em Macapá, onde espera-se ampliar o número anual de passageiros de 500 mil para até 5,5 milhões.
O governo parece ciente de que é necessário construir uma base aliada se deseja aprovar seus projetos no Congresso. Para o evento de Macapá, Bolsonaro convidou para sua comitiva os senadores do Amapá Davi Alcolumbre (DEM), presidente do Senado, e Randolfe Rodrigues, eleito pela Rede. Rodrigues, que faz oposição ao presidente, negou a oferta e voará para o estado em voo comercial. O gesto de Bolsonaro, contudo, mostra que o presidente, que se mostrava tão alheio ao que chama de “velha política”, está mais aberto a uma aproximação com os parlamentares.
Na última quinta-feira, 11, em outra viagem, o presidente foi ao Rio de Janeiro para almoço com pastores evangélicos do Conselho de Ministros do Brasil (Cimeb), presidido por Silas Malafaia. Na quarta-feira, Bolsonaro recebeu os líderes dos partidos Podemos, Novo, Avante e PSC para conversar sobre possíveis acordos. Segundo as últimas sinalizações, o governo estaria disposto a negociar cargos fora do primeiro escalão para aliados e deve liberar até 3 bilhões em emendas parlamentares individuais para ajudar os políticos que precisam de recursos para projetos em suas bases.
Desde que voltou de sua viagem a Israel, na quinta-feira, 4, Bolsonaro tomou as rédeas das negociações para tentar aprovar a reforma da Previdência na Câmara dos deputados. Antes, os ministros da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, e da Economia, Paulo Guedes, estavam na linha de frente. Rodrigo Maia (DEM-RJ), presidente da Câmara, também articula pela reforma, mas depois de sucessivas polêmicas com o Bolsonaro, passou a cobrar uma presença maior do presidente.
Ontem, foi relevado que Maia e seu pai podem ter recebido 1,4 milhão de caixa 2 da Odebrecht, um fato que pode reembaralhar as peças do xadrez político de Brasília.