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Demissão de subordinados a crítico de Fernanda Montenegro é revogada

Os servidores são subordinados ao diretor do Ceacen, Roberto Alvim, que recentemente atacou com ofensas a atriz Fernanda Montenegro.

Roberto Alvim: diretor costuma também teorizar suas ideias e diferenciar os tipos de arte como "de esquerda" e "de direita" (Youtube/TV Cultura/Reprodução)

Roberto Alvim: diretor costuma também teorizar suas ideias e diferenciar os tipos de arte como "de esquerda" e "de direita" (Youtube/TV Cultura/Reprodução)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 10 de outubro de 2019 às 10h01.

Brasília — O ministro da Cidadania, Osmar Terra, revogou a exoneração de 19 servidores do Centro das Artes Cênicas (Ceacen) da Fundação Nacional de Artes (Funarte).

O grupo tinha sido dispensado na sexta-feira, 4, mas na terça-feira, cinco dias após o desligamento, o Diário Oficial da União (DOU) publicou novas portarias do ministro que tornam as exonerações sem efeito.

Os servidores - que agora retomam os postos - são subordinados ao diretor do Ceacen, Roberto Alvim, que recentemente atacou com ofensas a atriz Fernanda Montenegro.

Alvim chamou Fernanda de "mentirosa" e "sórdida" em uma postagem no Facebook, o que provocou a reação da classe artística em defesa da atriz.

Com a anulação dos atos de exoneração e dispensa, os 19 servidores reassumem seus cargos, todos de confiança. Eles são titulares de funções de chefia, coordenação e subgerência no Ceacen.

Polêmicas

Desde que assumiu o cargo, no final de julho deste ano, Alvim tem se envolvido em polêmicas. A sua gestão tem como marca críticas à esquerda e ao que chama de "marxismo cultural".

No início de setembro, pouco depois de atacar Fernanda Montenegro, ele se envolveu em outra embate com a classe artística, ao suspender a temporada da peça Res pública e exonerar a então coordenadora da Funarte em São Paulo Maria Ester Moreira, que não concordou com o cancelamento do espetáculo. Alvim respondeu às críticas com um post no Facebook.

"Reduções do conceito de arte a ativismos políticos, discursos diretos ou propagandas partidárias/ideológicas não terão mais lugar em nossos equipamentos culturais. É uma questão de escolha conceitual", escreveu o diretor. "Isso, amiguinhos, não é censura. Nada impede de que se faça ativismo político no palco em outros espaços. Mas nos espaços da Funarte, só trabalharemos com obras de arte", postou.

O diretor costuma também teorizar suas ideias e diferenciar os tipos de arte: "arte de esquerda é doutrinação de todos os espectadores; arte de direita é emancipação poética".

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