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Delegados apontam tráfico de influência na Lava Jato

Associação de delegados afirma que houve ação de "representantes dos poderes econômico e político" para desqualificar investigadores


	Agentes da Polícia Federal durante a sétima fase da Operação Lava Jato, em São Paulo
 (Nacho Doce/Reuters)

Agentes da Polícia Federal durante a sétima fase da Operação Lava Jato, em São Paulo (Nacho Doce/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 4 de julho de 2015 às 00h03.

São Paulo - A Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal (ADPF) divulgou nota nesta sexta-feira, 3, em defesa do Superintendente da Polícia Federal no Paraná Rosalvo Ferreira Franco e dos delegados da Operação Lava Jato Igor Romário de Paula e Márcio Adriano Anselmo.

Na nota, a entidade aponta "a ação de representantes dos poderes econômico e político, agindo para desqualificar os investigadores, com objetivo claro de desviar o foco das investigações da operação Lava Jato".

A medida ocorre um dia depois de o agente da PF Dalmey Fernando Werlang afirmar à CPI da Petrobras na Câmara ter implantado escutas na cela onde o doleiro Alberto Youssef ficou preso na carceragem da Polícia Federal em Curitiba a mando dos delegados. Para a ADPF, o desenrolar da operação tem provocado a atuação de "grupos que praticam tráfico de influência e agem nas sombras para tentar gerar nulidades na operação, em benefício de pessoas investigadas."

"A ADPF não vai admitir ataques de qualquer tipo, principalmente declarações genéricas que possam colocar em dúvida a lisura e independência dos dedicados e sérios profissionais que apuram os desvios de recursos públicos e lutam pelo fim da impunidade de corruptos e corruptores", segue o texto.

Em seu depoimento na CPI, Werlang afirmou que a escuta na cela do doleiro teria sido implantada por ordem do superintendente da PF no Paraná, Rosalvo Franco, e dos delegados Igor Romário de Paula e Márcio Anselmo. A escuta no fumódromo teria sido pedida para uma delegada que é mulher de outro delegado e tinha o objetivo de monitorar os próprios agentes da PF.

Werlang também afirmou que colocou a escuta no segundo andar da Superintendência da PF no dia da prisão de Youssef, em março do ano passado. De acordo com o agente, os equipamentos fizeram gravações, que foram repassadas para Anselmo e para uma delegada.

Em reposta a fala do agente, a associação afirma que "não vai admitir ataques de qualquer tipo, principalmente declarações genéricas que possam colocar em dúvida a lisura e independência dos dedicados e sérios profissionais que apuram os desvios de recursos públicos e lutam pelo fim da impunidade de corruptos e corruptores."

"A Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal (ADPF) vem a público manifestar apoio a todos os Policiais Federais que atuam na "Operação Lava Jato", citados ontem durante sessão da CPI que investiga a Petrobras, na Câmara dos Deputados. Em especial, o Superintende da Polícia Federal no Paraná, Rosalvo Ferreira Franco e os Delegados Igor Romário de Paula e Márcio Anselmo.

A ADPF confia na qualidade e eficiência dos trabalhos desenvolvidos, bem como na atuação ética e isenta dos policiais citados que exercem suas funções constitucionais com estrito respeito à Legislação Penal Brasileira e ao Estado de Direito. A operação Lava Jato vem sendo conduzida pela Polícia Federal com rigor na apuração dos fatos, mas sempre de forma equilibrada e justa.

Infelizmente, diante dos fatos recentes, os Delegados Federais, perceberam a ação de representantes dos poderes econômico e político, agindo para desqualificar os investigadores, com objetivo claro de desviar o foco das investigações da operação Lava Jato. São grupos que praticam tráfico de influência e agem nas sombras para tentar gerar nulidades na operação, em benefício de pessoas investigadas.

A ADPF não vai admitir ataques de qualquer tipo, principalmente declarações genéricas que possam colocar em dúvida a lisura e independência dos dedicados e sérios profissionais que apuram os desvios de recursos públicos e lutam pelo fim da impunidade de corruptos e corruptores.

Vale destacar que no exercício de suas atribuições constitucionais a Polícia Federal, enquanto órgão de Estado, não persegue, não intimida, mas também não se deixa intimidar, principalmente por pessoas que se imaginam intocáveis e inatingíveis."

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