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Debate: entorno de Boulos vê bom desempenho; aliados de Nunes avaliam que apagão terá pouco impacto

O clima geral foi de um debate "tenso dentro de uma normalidade depois do furacão Marçal", confidenciou um dos presentes

Publicado em 15 de outubro de 2024 às 13h41.

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Quem estava nos bastidores do primeiro debate do segundo turno das eleições de São Paulo podia não reconhecer o clima ameno e de tranquilidade que pairava nos estúdios da TV Bandeirantes após uma campanha de primeiro turno marcada por cadeirada e troca de socos entre assessores de candidatos.

Apesar da troca de acusações e provocações nas entrevistas coletivas pré-debate e durante o encontro, o clima geral entre o atual prefeito Ricardo Nunes (MDB) e o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL) foi de um "embate tenso dentro de uma normalidade depois do furacão Marçal", confidenciou um dos presentes.

As duas campanhas terminaram o debate satisfeitas. "Foi excelente", disse um assessor de Boulos assim que o debate terminou. A avaliação foi que o deputado teve uma postura combativa e firme, principalmente quando o tema foi o apagão que atinge a cidade desde sexta-feira.

Boulos buscou, e para o seu entorno teve sucesso, mostrar que a responsabilidade pelo tamanho do estrago causado pela chuva e pelo vendaval foi de Nunes, que não cuidou da zeladoria da cidade a contento. O psolista lembrou em mais de uma oportunidade que a gestão da poda de árvores e dos semáforos é responsabilidade da prefeitura, acrescentando que um prefeito "forte" pode tirar a Enel de São Paulo.

Os aliados de Nunes, por sua vez, avaliaram que ele conseguiu "combater a narrativa" de Boulos ao destacar que a concessão de energia é federal, culpando a Enel pela demora no restabelecimento de energia e a Aneel e o Ministério de Minas e Energia por não romper o contrato.

Sobre a poda de árvores, Nunes afirmou mais de uma vez que sua gestão não fez mais por culpa da Enel, que não desliga a energia para a prefeitura realizar o corte das árvores.

O entorno do candidato à reeleição vê que no momento de maior audiência do debate, que é o primeiro bloco, Nunes conseguiu se sair bem e mostrar que é a melhor opção na comparação com Boulos.

Pesquisas internas do QG do atual prefeito mostram para a campanha do incumbente que o apagão afetou de "forma leve" o percentual de votos do emedebista. E a notícia comemorada por eles, é que essas pessoas que deixam de declarar votos em Nunes não traferem o voto automaticamente para Boulos. "Vimos um leve aumento de branco ou nulo por causa do apagão. Consideramos isso algo natural", disse um aliado do prefeito.

Plateia ativa

Depois de dez debates sem plateia, muito por conta do receio dos adversários sobre o entorno de Pablo Marçal (PRTB), assessores e aliados puderam acompanhar o embate de perto. Ao entrar no estúdio, o presidente da Câmara dos Vereadores, Milton Leite, apoiador de Nunes, brincou ao se acomodar no lado esquerdo: "Nós tínhamos que estar na direita".

O vice de Nunes, Coronel Melo Araújo, ficou mais próximo dos adversários do que dos aliados, já que chegou perto do início do debate e não encontrou lugar no espaço reservado aos emedebistas. Do lado direito, a vice de Boulos, Marta Suplicy, Rui Falcão e outros correligionários o receberam com aplausos e, em tom descontraído, Boulos cumprimentou a todos e exibiu sua meia personalizada com o logo de campanha.

Nunes também foi recebido com aplausos entusiasmados por sua esposa, filhos e aliados, com destaque para a esposa, uma das pessoas mais expressivas durante o debate. Ela reagia a cada fala do marido e discordava visivelmente das críticas de Boulos.

Diferente dos primeiros debates, os candidatos puderam se movimentar livremente pelo palco, contando com um banco de tempo de 12 minutos. Em diversos momentos, a plateia aplaudiu seus candidatos ou ensaiou vaias contra o adversário, ignorando os pedidos de silêncio do mediador, Eduardo Oinegue.

O clima mais tenso ocorreu quando Nunes criticava Boulos, que se aproximou dele no palco. Nesse momento, o prefeito o abraçou, afirmando que não se deixaria intimidar. Assim que o debate foi para o comercial, o marqueteiro de Nunes, Duda Lima, e outros assessores questionaram Oinegue sobre a proximidade física entre os candidatos, o que gerou um breve bate-boca, logo apaziguado pela intervenção de outras pessoas.

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