Cunha quer entregar relatoria da CPI da Petrobras ao PT
As negociações ocorreram nesta semana entre Cunha, o líder do governo José Guimarães (PT-CE) e o líder do PT Sibá Machado
Da Redação
Publicado em 13 de fevereiro de 2015 às 13h38.
Brasília - Depois de ter enfrentado duas semanas de consecutivas derrotas na Câmara , o governo da presidente Dilma Rousseff e o PT podem ter uma boa notícia após o carnaval.
O presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), costura um acordo para entregar a relatoria da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que vai investigar denúncias de corrupção na Petrobras ao PT.
Conforme informaram fontes do PT e do PMDB ao Broadcast Político, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, as negociações ocorreram nesta semana entre Cunha, o líder do governo José Guimarães (PT-CE) e o líder do PT Sibá Machado.
Um interlocutor próximo ao peemedebista disse que o acordo está praticamente fechado e que as indicações devem ocorrer na semana após o carnaval.
Depois do feriado, Cunha vai procurar os líderes dos partidos que fazem parte do seu bloco de apoio e defender que o melhor é entregar a relatoria ao PT.
"É uma tentativa de tirar o PT do isolamento. Não há um desejo de isolar o PT. É o PT que se isolou", resume esse aliado. O ato é ainda uma forma de deixar o desgaste da relatoria com a opinião pública nas mãos do PT.
Entre os petistas ainda não há nome definido para o posto. Um dos cotados é Vicente Cândido (PT-SP), deputado da ala majoritária "Construindo Um Novo Brasil", a mesma do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Com o aceno, o presidente da Câmara fortalece Guimarães como interlocutor do governo e isola ainda mais o ministro das Relações Institucionais, Pepe Vargas (PT-RS), seu desafeto. Cunha se nega a aceitar Vargas como articulador do Palácio do Planalto.
Pela costura, a presidência da CPI deve ficar com um peemedebista. O convite foi feito nesta semana ao deputado Lúcio Vieira Lima (PMDB-BA), derrotado por Leonardo Picciani (PMDB-RJ) por apenas um voto de diferença na eleição para a liderança da bancada.
O parlamentar da Bahia, no entanto, recusou a oferta por considerá-la um "prêmio de consolação".
O grupo que saiu derrotado na disputa pelo comando da bancada culpa nos bastidores a interferência de Cunha pelo resultado.
Para evitar que o "racha" se torne explícito, o presidente da Casa deve procurar Vieira Lima nos próximos dias e tentar convencê-lo a aceitar o posto.
Reação
A provável indicação de um petista para a relatoria da CPI deve acirrar ainda mais a divisão entre os peemedebistas.
Um integrante da legenda disse que a imagem de Cunha "vai ficar muito ruim" não só internamente, mas também entre as siglas que compõem o bloco de sustentação do presidente.
Ele lembra que a eleição de Cunha ocorreu justamente com base em uma plataforma antipetista.
Brasília - Depois de ter enfrentado duas semanas de consecutivas derrotas na Câmara , o governo da presidente Dilma Rousseff e o PT podem ter uma boa notícia após o carnaval.
O presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), costura um acordo para entregar a relatoria da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que vai investigar denúncias de corrupção na Petrobras ao PT.
Conforme informaram fontes do PT e do PMDB ao Broadcast Político, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, as negociações ocorreram nesta semana entre Cunha, o líder do governo José Guimarães (PT-CE) e o líder do PT Sibá Machado.
Um interlocutor próximo ao peemedebista disse que o acordo está praticamente fechado e que as indicações devem ocorrer na semana após o carnaval.
Depois do feriado, Cunha vai procurar os líderes dos partidos que fazem parte do seu bloco de apoio e defender que o melhor é entregar a relatoria ao PT.
"É uma tentativa de tirar o PT do isolamento. Não há um desejo de isolar o PT. É o PT que se isolou", resume esse aliado. O ato é ainda uma forma de deixar o desgaste da relatoria com a opinião pública nas mãos do PT.
Entre os petistas ainda não há nome definido para o posto. Um dos cotados é Vicente Cândido (PT-SP), deputado da ala majoritária "Construindo Um Novo Brasil", a mesma do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Com o aceno, o presidente da Câmara fortalece Guimarães como interlocutor do governo e isola ainda mais o ministro das Relações Institucionais, Pepe Vargas (PT-RS), seu desafeto. Cunha se nega a aceitar Vargas como articulador do Palácio do Planalto.
Pela costura, a presidência da CPI deve ficar com um peemedebista. O convite foi feito nesta semana ao deputado Lúcio Vieira Lima (PMDB-BA), derrotado por Leonardo Picciani (PMDB-RJ) por apenas um voto de diferença na eleição para a liderança da bancada.
O parlamentar da Bahia, no entanto, recusou a oferta por considerá-la um "prêmio de consolação".
O grupo que saiu derrotado na disputa pelo comando da bancada culpa nos bastidores a interferência de Cunha pelo resultado.
Para evitar que o "racha" se torne explícito, o presidente da Casa deve procurar Vieira Lima nos próximos dias e tentar convencê-lo a aceitar o posto.
Reação
A provável indicação de um petista para a relatoria da CPI deve acirrar ainda mais a divisão entre os peemedebistas.
Um integrante da legenda disse que a imagem de Cunha "vai ficar muito ruim" não só internamente, mas também entre as siglas que compõem o bloco de sustentação do presidente.
Ele lembra que a eleição de Cunha ocorreu justamente com base em uma plataforma antipetista.