Comissário da UE virá ao Brasil para discutir escândalo da carne
Com a Operação Carne Fraca, as autoridades brasileiras suspenderam as licenças de exportação à UE de quatro estabelecimentos envolvidos
AFP
Publicado em 22 de março de 2017 às 10h24.
Última atualização em 22 de março de 2017 às 10h25.
O comissário europeu de Saúde e Segurança Alimentar, Vytenis Andriukaitis, irá se reunir na próxima segunda-feira no Brasil com o ministro da Agricultura, Blairo Maggi, para discutir o escândalo da carne adulterada, anunciou nesta quarta-feira o Executivo comunitário.
"O comissário Andriukaitis estará no Brasil na segunda-feira da próxima semana e discutirá este assunto com o ministro brasileiro da Agricultura", anunciou o porta-voz da Comissão Europeia, Enrico Brivio, ressaltando que se tratava de uma visita organizada há tempos.
Desde a explosão do escândalo, na última sexta-feira, Bruxelas está em contato com as autoridades brasileiras, que suspenderam as licenças de exportação à UE de quatro estabelecimentos envolvidos no caso a pedido da Comissão, acrescentou.
"As exportações à UE destes quatro estabelecimentos (os únicos autorizados a exportar ao bloco dos 21 envolvidos) foram suspensas", afirmou Brivio, ressaltando que isso não quer dizer que os 28 tenham proibido a exportação de carne a partir do Brasil em geral.
A crise desencadeada por suspeitas de adulteração de alimentos de origem animal fez com que Hong Kong, o principal mercado de cortes bovinos, suspendesse suas importações como medida de precaução.
Hong Kong se une, assim, a outros países como China, Japão ou México, que suspenderam total ou parcialmente suas importações a partir do Brasil.
O escândalo também chega em meio às negociações entre a UE e os países do Mercosul, ao qual o Brasil pertence, para alcançar um acordo de livre comércio no qual a carne aparece como um dos produtos sensíveis para os europeus.
Em 2016, a UE importou do Brasil 450 milhões de euros de carne bovina, assim como 153 milhões de euros de aves, segundo dados da Comissão.
Os principais clientes são Itália, que importou por um montante de 155 milhões de euros de carne bovina, e Holanda, com 144,5 milhões desta carne e 79 milhões de euros de aves.
Os responsáveis das autoridades veterinárias dos 28 países do bloco se reunirão na sexta-feira em Bruxelas para analisar os últimos acontecimentos e os controles reforçados implementados após a revelação do escândalo.