Cármen Lúcia deixa auxiliares de Teori seguirem com a Lava Jato
Teori Zavascki, que era o relator da operação Lava Jato no Supremo, morreu em um acidente de avião na semana passada em Paraty, no litoral do Rio de Janeiro
Reuters
Publicado em 24 de janeiro de 2017 às 11h14.
Última atualização em 24 de janeiro de 2017 às 11h15.
Brasília - A presidente do Supremo Tribunal Federal ( STF ), ministra Cármen Lúcia, autorizou juízes auxiliares do ministro Teori Zavascki, morto em acidente aéreo, a darem continuidade aos trabalhos de homologação das delações da Odebrecht e devem ouvir executivos da empreiteira ainda nesta semana, disse nesta terça-feira uma fonte com conhecimento da decisão.
Teori, que era o relator da operação Lava Jato no Supremo, morreu em um acidente de avião na semana passada em Paraty, no litoral do Estado do Rio de Janeiro. Havia a expectativa de que o ministro decidisse em fevereiro sobre a homologação dos acordos de delação premiada com 77 executivos da Odebrecht.
Além da decisão sobre a homologação das delações da Odebrecht, a ministra precisa definir um novo relator para os processos da Lava Jato.
Uma fonte com conhecimento do assunto disse à Reuters na segunda-feira que a ministra passou o dia consultando colegas, e falou com a maioria dos integrantes do Supremo. Também recebeu a visita do procurador-geral da República, Rodrigo Janot.
Ainda não está claro que dispositivo do regimento interno do STF, que está em recesso até o fim do mês, será utilizado para definir os próximos passos da Lava Jato na Corte, já que há mais de uma possibilidade.
Uma das saídas seria passar a relatoria do caso para o sucessor de Teori, a ser indicado pelo presidente Michel Temer e aprovado pelo Senado. Mas o presidente, senadores e membros do governo são citados em delações da Lava Jato, e o próprio Temer já avisou que indicará um novo ministro apenas após a definição da relatoria.
Outro artigo do regimento prevê a redistribuição do processo em casos excepcionais, que poderia ocorrer entre integrantes da Segunda Turma, à qual pertencia Teori, ou entre todos os ministros da corte.