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Câmara técnica da covid pede à Saúde regras para vacinação de crianças

Em nota pública divulgada na noite de sábado, 18, a câmara pede ainda que sejam definidas, o quanto antes, as estratégias para a operacionalização mais adequada da vacinação desse grupo etário

Membros da Câmara Técnica de Assessoramento em Imunização da Covid-19 (Ctai-Covid) esperam que o Ministério da Saúde acate o posicionamento da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que autorizou a aplicação da vacina da Pfizer contra Covid-19 em crianças de 5 a 11 anos (Luis Alvarez/Getty Images)

Membros da Câmara Técnica de Assessoramento em Imunização da Covid-19 (Ctai-Covid) esperam que o Ministério da Saúde acate o posicionamento da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que autorizou a aplicação da vacina da Pfizer contra Covid-19 em crianças de 5 a 11 anos (Luis Alvarez/Getty Images)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 19 de dezembro de 2021 às 17h37.

Última atualização em 19 de dezembro de 2021 às 17h37.

Membros da Câmara Técnica de Assessoramento em Imunização da Covid-19 (Ctai-Covid) esperam que o Ministério da Saúde acate o posicionamento da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que autorizou a aplicação da vacina da Pfizer contra Covid-19 em crianças de 5 a 11 anos.

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Em nota pública divulgada na noite de sábado, 18, a câmara pede ainda que sejam definidas, o quanto antes, as estratégias para a operacionalização mais adequada da vacinação desse grupo etário, para alcançar a maior cobertura no menor tempo possível.

De acordo com a nota do grupo formado por membros de sociedades de infectologia, pediatria e imunologia, foram notificados 10.356 casos de crianças entre até 11 anos com diagnóstico de síndrome respiratória aguda grave (SRAG) por covid-10 em 2020. Destas, 722 evoluíram para óbito. Neste ano, as notificações chegaram a 12.921 ocorrências de crianças de até 11 anos, com 727 mortes, totalizando 23.277 casos de covid-19 e 1.449 mortes desta faixa etária desde o início da pandemia.

Segundo apurou o Estadão, na sexta-feira, 17, a Secretaria Extraordinária de Enfrentamento à Covid-19 (Secovid) se reuniu com a Ctai para discutir a vacinação das crianças. Houve apoio unânime à decisão tomada pela Anvisa. Pelo menos dez dos 24 integrantes da câmara técnica leram e apoiaram a nota. Entretanto, não assinaram o documento.

Um dos motivos são os ataques do presidente Jair Bolsonaro contra os servidores da Anvisa, além dos ataques sofridos por pesquisadores da Fiocruz do Amazonas, no ano passado, por causa de uma pesquisa sobre covid e cloroquina.

A Câmara Técnica de Assessoramento em Imunização da Covid-19 foi estabelecida por meio de portal da Secretaria Extraordinária de Enfrentamento à Covid-19, do Ministério da Saúde, em 22 de novembro de 2021.

No documento, os especialistas dizem que a vacinação das crianças é urgente, pois a chegada de uma nova variante como a Ômicron, com maior transmissibilidade, faz das crianças (ainda não vacinadas) um grupo com maior risco de infecção, conforme vem sendo observado em outros países onde houve transmissão comunitária desta variante. “Neste contexto epidemiológico, torna-se oportuno e urgente ampliarmos o benefício da vacinação a este grupo etário”, afirma a nota.

A Ctai também apresenta dados referentes à vacinação de crianças com o imunizante da Pfizer liberado pelas agências regulatórias e de saúde pública do Canadá, Estados Unidos da América, Israel, União Europeia, dentre outras que já aprovaram o uso da vacina pediátrica. A câmara afirma ainda que países da Ásia, África, e América do Sul têm utilizado vacinas de vírus inativado (Sinopharm ou Sinovac/Coronavac) em milhões de crianças menores de 12 anos, a partir de 3 ou 5 anos.

Nos EUA, por exemplo, 7.141.428 doses da vacina pediátrica da Pfizer já foram administradas em crianças de 5 a 11 anos, até o dia 9 de dezembro. Destas, 5.126.642 receberam a primeira dose e 2.014.786, a segunda dose.

Ainda de acordo com a nota, a vacina demonstrou um perfil de reatogenicidade adequado, sendo a quase totalidade dos eventos adversos classificados como não sérios (97%), caracterizados basicamente por febre, dor de cabeça, vômitos, fadiga e inapetência. Ocorreram apenas oito casos de miocardite em mais de 7 milhões de doses administradas (dois casos após a primeira dose e seis casos após a segunda dose), todos eles classificados como de evolução clínica favorável.

"Estes dados preliminares mostram, portanto, um risco substancialmente menor deste evento adverso comparado com o risco previamente observado em adolescentes e adultos jovens após a vacinação", afirma a câmara. "Os benefícios são muito maiores do que os riscos, pilar central de avaliação de qualquer vacina incorporada pelos diversos programas de vacinação, seja no Brasil ou no mundo."

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