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Câmara rejeita votação nominal do pacote anticorrupção

Essa decisão permite que os deputados votem, sem deixarem suas "digitais", uma emenda ao pacote de medidas de combate à corrupção

Câmara: em vez de reforçar a atuação dos crimes, medida fará justamente o contrário (Luis Macedo/Câmara dos Deputados)

Câmara: em vez de reforçar a atuação dos crimes, medida fará justamente o contrário (Luis Macedo/Câmara dos Deputados)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 24 de novembro de 2016 às 14h20.

Última atualização em 24 de novembro de 2016 às 14h38.

Brasília - O plenário da Câmara dos Deputados rejeitou, no início da tarde desta quinta-feira, 24, em votação simbólica, um requerimento para votações nominais na votação do pacote das medidas de combate à corrupção aprovado na madrugada desta quinta na comissão especial.

Essa decisão permite que os deputados votem, sem deixarem suas "digitais", uma emenda ao pacote de medidas de combate à corrupção que, em vez de reforçar a atuação dos crimes, fará justamente o contrário: blindar parlamentares e outros políticos de eventuais punições por terem recebido recursos não contabilizados.

Partidos como PSOL, Rede, PHS protestaram, pediram verificação da votação (o que significa voto no painel eletrônico), mas o pedido não foi atendido. O PDT, que inicialmente apoiava o pedido de verificação, retirou o apoio.

Durante a sessão, líderes partidários da Câmara mudaram a orientação de voto original para suas bancadas a fim de impedir a votação nominal do pacote anticorrupção. Os líderes deixaram às pressas, a reunião que ocorria na presidência da Casa, para reorientar suas bancadas a votar contra o pedido do PSOL. PT, PSB, PSDB, PSD e os demais grandes partidos foram mudando a orientação.

A anistia ao caixa 2, por exemplo, impediria enquadrar parlamentares criminalmente por corrupção e lavagem de dinheiro, base das imputações penais feitas pela Operação Lava Jato.

Essa ação, com o aval da cúpula da Câmara e do Senado, ocorre às vésperas da conclusão do acordo de delação premiada da Odebrecht, que deve envolver mais de 100 políticos de partidos da base, como PMDB, PSDB e DEM, e da oposição, como o PT.

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