Brasília está há 131 dias sem chuvas, maior estiagem dos últimos 52 anos
Na última quarta-feira, 14, o Distrito Federal registrou novo recorde de calor neste ano, pelo quarto dia consecutivo
Estadão Conteúdo
Publicado em 15 de setembro de 2022 às 15h27.
Última atualização em 15 de setembro de 2022 às 15h39.
O céu de Brasília está branco. Sem chuvas há 131 dias, a capital federal vive a maior estiagem dos últimos 52 anos. Nesta quinta-feira, o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) aponta que a temperatura máxima deve chegar a 35%, com a umidade relativa do ar em 15%. Fala-se em uma pequena possibilidade de chuva isolada no fim do dia.
Ontem, o Distrito Federal registrou novo recorde de calor neste ano, pelo quarto dia consecutivo. Os termômetros oficiais chegaram a registrar 35,2 ºC, às 14 horas. A umidade relativa do ar registrou baixa de 11%, em pleno clima de deserto do Saara. Para se ter uma ideia, a Organização Mundial de Saúde (OMS) diz que o ideal é 60% de umidade.
Segundo o Inmet, 2022 registra a pior estiagem dos últimos 52 anos. Em 1970, o DF registrou 135 dias consecutivos sem chuva. O recorde maior se deu em 1963, com 164 dias de seca.
O Corpo de Bombeiros do DF chegou a registrar 82 focos de incêndio em todo o Distrito Federal nesta quarta-feira. Diariamente, o Inmet tem emitido alerta vermelho sobre as condições do ar e calor. Os órgãos de saúde orientam pela hidratação constante os cuidados com a exposição ao sol.
Centenas de agentes do Corpo de Bombeiros do DF e do Instituto Chico Mendes de Biodiversidade (ICMBio) têm atuado diariamente no combate às queimadas, mas enfrentam dificuldades em lidar com o volume de focos de incêndio que se espalham rapidamente por toda a região e, muitas vezes, de forma simultânea.
Apenas entre os dias 5 e 12 de setembro, mais de 4 mil hectares do Parque Nacional de Brasília, área preservada que abriga nascentes e diversos espécies de animais, foram queimadas. Trata-se de quase 10% da área total de 42 mil hectares do parque. O trabalho para controlar o fogo prossegue nesta quinta-feira, quando o ICMBio deve divulgar um novo balanço.
O fogo também consumiu mais de 1 mil hectares da Área de Preservação Ambiental (APA) do Planalto Central.
A causa dos incêndios é, majoritariamente, resultado de ação humana, seja esta acidental o proposital. Muitas vezes, o fogo é iniciado com o descarte de bitucas de cigarro e queimadas de lixo, por exemplo. Os órgãos oficiais do DF pedem atenção máxima para que se evite esse tipo de situação.
Outro reflexo do clima é o aumento de casos de pessoas com problemas respiratórios nos hospitais, como sinusite, rinite, sangramento nasal, resfriado, infecções de garganta e gripes. Os sintomas mais comuns incluem tosse, dor de garganta, espirros, obstrução nasal e coriza.
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