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Brasil não pode dar as costas para a Argentina, diz Doria

O governador de São Paulo, João Doria, afirmou nesta terça (13) que o Brasil deve aprofundar a relação comercial com a Argentina

Doria: o governador enfatizou que a Argentina está entre os quatro principais parceiros do Brasil (Governo do Estado de São Paulo/Flickr)
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EFE

Publicado em 13 de agosto de 2019 às 13h49.

São Paulo — Após os resultados ruins do presidente Maurício Macri nas eleições primárias da Argentina no último domingo, o governador do estado de São Paulo, João Doria Junior , afirmou nesta terça-feira que o Brasil não pode se distanciar do país vizinho independentemente dos resultados das eleições presidenciais de outubro.

"Não podemos dar as costas para a Argentina. É preciso tratar o resultado com respeito, seja qual for. Não podemos fazer uma avaliação ideológica. Tenho relações pessoais com Macri, que me recebeu na Casa Rosada, e com o prefeito de Buenos Aires, Horacio (Rodríguez Larreta)", afirmou Doria em um encontro com jornalistas estrangeiros em São Paulo, do qual a Agência Efe participou.

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Doria destacou que a Argentina está entre os quatro principais parceiros do Brasil e do estado de São Paulo e aposta no aumento da cooperação bilateral. "Não podemos dar as costas à Argentina. Temos que continuar juntos e aprofundar a nossa relação comercial", disse.

O governador evitou apoiar explicitamente a Macri, ao contrário do que foi feito pelo presidente Jair Bolsonaro, que nesta segunda advertiu que um eventual triunfo do candidato peronista Alberto Fernández poderia provocar um êxodo de argentinos, parecido com o que ocorre na Venezuela.

Além disso, Doria comentou que ainda é cedo para saber os possíveis efeitos das eleições argentinas sobre o acordo de livre-comércio obtido entre a União Europeia e Mercosul.

"As eleições sequer foram realizadas. Eu mesmo, pela minha experiência, surpreendi nas pesquisas, sobretudo quando venci a Prefeitura de São Paulo. Ninguém esperava, eu comecei as pesquisas em sexto lugar", lembrou.

Doria também não quis se pronunciar sobre a deterioração da imagem internacional do Brasil desde que Bolsonaro chegou ao poder, em 1º de janeiro, devido às políticas agressivas com relação à Amazônia, entre outros assuntos polêmicos.

"Não cabe a mim opinar, isso cabe ao Ministério das Relações Exteriores. O que posso dizer é que o estado de São Paulo é uma nação dentro de uma nave e tem uma imagem sólida fora. Somos líderes em etanol, em açúcar, suco de laranja, oferecemos segurança jurídica e um histórico positivo de governos de centro-direita nos últimos 30 anos", defendeu.

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