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Brasil não pode aceitar tropas estrangeiras na Venezuela, diz embaixador

Para o embaixador, o Brasil precisa ter serenidade, firmeza e diplomacia ao lidar com a crise do país vizinho

Venezuela: para embaixador, a solução para a crise não está nem em Guaidó, nem em Maduro (Carlos Jasso/Reuters)

Venezuela: para embaixador, a solução para a crise não está nem em Guaidó, nem em Maduro (Carlos Jasso/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 11 de março de 2019 às 14h27.

Rio de Janeiro - O Brasil não deve permitir que tropas estrangeiras interfiram na Venezuela, especialmente sem a anuência de organismos multilaterais, como o Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU), afirmou o embaixador Marcos Azambuja, ex-Secretário-Geral do Itamaraty, em evento no Rio.

"Não podemos aceitar que forças outras, de outro continente, invadam um país vizinho. O Brasil cuida da sua vizinhança. O Brasil não pode aceitar uma presença que possa tumultuar por muito tempo. O Iraque não está melhor do que estava. A Líbia não está melhor do que estava", defendeu Azambuja, diplomata de carreira, durante o debate Crise Venezuelana, promovido pelo Centro Brasileiro de Relações Internacionais (Cebri) e a Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan).

O embaixador acredita que o ciclo do atual governo venezuelano já está no fim, mas a solução para a crise local será uma acomodação de forças internas.

"As forças internas terão que se acomodar. A solução para mim não é visível. Não creio que seja nem Nicolás Maduro, nem Juan Guaidó. As forças armadas terão um papel", defendeu Azambuja.

Para o embaixador, o Brasil precisa ter serenidade, firmeza e diplomacia ao lidar com a crise do país vizinho.

"Guaidó é uma autoridade que deriva mais de fora para dentro do que de dentro para fora. Tem autoridade que lhe foi mais concedida mais por autoridade externa do que interna. Então precisa um novo nome, uma nova figura", argumentou. "O Brasil tem que ser sábio, sólido e firme, resistir a qualquer tentação de intervencionismo", acrescentou.

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