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Bolsonaro promete ampliar acesso a armas e seguir modelo dos EUA se reeleito

"Se reeleito, se tudo correr bem, teremos um apoio substancial no Congresso", afirmou Bolsonaro

Presidente aproveitou o tema também para rivalizar com Lula, seu principal adversário na corrida presidencial (SERGIO LIMA/AFP/Getty Images)

Presidente aproveitou o tema também para rivalizar com Lula, seu principal adversário na corrida presidencial (SERGIO LIMA/AFP/Getty Images)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 1 de julho de 2022 às 14h00.

Última atualização em 1 de julho de 2022 às 18h04.

O presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou, em entrevista divulgada nesta quinta-feira, 30, que pretende ampliar o acesso a armas de fogo se for reeleito e usou o tema também para rivalizar com Luiz Inácio Lula da Silva (PT), seu principal adversário na corrida presidencial.

Em entrevista ao jornalista conservador americano Tucker Carlson da emissora Fox News, o chefe do Executivo disse que pretende seguir os moldes da legislação dos Estados Unidos sobre o porte de armas — o país é um dos mais permissivos do mundo nesse quesito.

Questionado sobre o motivo de não ter aprovado a liberação do porte no mesmo patamar dos EUA ainda nesta gestão, sobretudo após as flexibilizações adotadas pelo governo de Donald Trump, que teve apoio de Bolsonaro nas últimas eleições americanas, o presidente brasileiro declarou que não conseguiu mudar a lei brasileira por causa da oposição que enfrenta no Congresso, mas prometeu avanço nesse assunto caso seja reeleito.

"Se reeleito, se tudo correr bem, teremos um apoio substancial no Congresso. Seremos capazes de aprovar leis sobre armas de fogo nos mesmos moldes do que nos EUA", afirmou.

O apresentador Tucker Carlson, para quem Bolsonaro deu a declaração, é conhecido nos Estados Unidos por sua posição conservadora e pró-Trump. Ele é um admirador declarado do chefe do Executivo brasileiro e veio ao Brasil para uma série de quadros sobre a direita brasileira em seu programa. O âncora classificou o País como a "última grande democracia pró-EUA" nas Américas.

Também na quinta-feira, Bolsonaro tocou no tema das armas durante uma transmissão ao vivo em suas redes sociais, na qual comemorou o aumento do número de lojas de armas de fogo em seu governo e "advertiu" seus eleitores que Lula pode transformar "clubes de tiro em bibliotecas".

O presidente falava sobre o aumento de 70% — segundo o seu cálculo — do número de lojas de armas desde que ele assumiu o Executivo, em 2019. Depois, falando sobre clubes de tiro, criticou Lula. "Não se esqueçam que o outro cara, o de nove dedos, falou que vai acabar com a questão do armamento no Brasil, tá? Vai recolher as armas, clube de tiro vai virar... vai virar biblioteca. Como se ele fosse algum exemplo para isso", afirmou.

A "questão do armamento", como definiu Bolsonaro, é um dos grandes temas da campanha do chefe do Executivo à reeleição. O presidente afirma com frequência que a "população armada não será escravizada" e já defendeu que seus apoiadores peguem em armas para "preservar a democracia".

O tema é caro para parte do eleitorado bolsonarista e seu apreço é compartilhado por parlamentares aliados do governo no Congresso. Deputados federais como Carla Zambelli (PL-DF) e Daniel Silveira (PTB-RJ) costumam inclusive posar para fotos com armas nas redes sociais.

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