Tereza Campello: “Não conheço nenhum especialista ou conhecedor do assunto que acredite que a ampliação de um benefício de R$ 32 vá levar à ampliação da taxa de natalidade" (Elza Fiúza/Abr)
Da Redação
Publicado em 22 de setembro de 2011 às 14h47.
Brasília – A ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Tereza Campello, disse hoje (22) que a ampliação de três para cinco crianças beneficiárias do Programa Bolsa Família não é estímulo para que os casais tenham mais filhos.
“Não conheço nenhum especialista ou conhecedor do assunto que acredite que a ampliação de um benefício de R$ 32 vá levar à ampliação da taxa de natalidade. Pelo contrário, há oito anos, o Bolsa Família tem repassado recursos com a parcela variável, atingindo crianças, e o que tivemos foi a redução da taxa de natalidade, inclusive na população pobre e extremamente pobre”, destacou.
Tereza lembrou que, dos 16 milhões de brasileiros em situação de extrema pobreza, 40% são menores de 14 anos.
“Crianças e adolescentes não devem trabalhar, não podem trabalhar, devem estar na escola e têm que ser protegidos. Qual a melhor forma de o Estado proteger essas crianças? Garantindo que elas tenham recursos para poder se alimentar bem, ter um bom desempenho nas escolas”, ressaltou, ao participar de entrevista a emissoras de rádio durante o programa Bom Dia, Ministro, produzido pela Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República em parceria com a EBC Serviços.
Segundo a ministra, a pasta está segura de que a ampliação dos beneficiários não terá impacto na taxa de natalidade do país e sim na redução da extrema pobreza.
“Todo mundo que já teve filho sabe o quanto custa uma criança. É difícil alguém achar que R$ 32 por mês possam estimular uma pessoa a ter filho”, disse. “É R$ 1 por dia, praticamente. Não dá pra sustentar o leite dessa criança. O custo de ter uma criança é muito maior”, completou.
Na última segunda-feira (19), o ministério anunciou que 1,2 milhão de crianças serão beneficiadas pelo Bolsa Família apenas este mês.