Bia Doria: Futura primeira-dama de SP recebeu R$ 400 mil para expor obras "sustentáveis" nos EUA, mas maior parte do dinheiro veio de produtora de cigarros (Galiatea/Divulgação)
Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2016 às 18h28.
Última atualização em 27 de dezembro de 2018 às 20h46.
São Paulo - A futura primeira-dama de São Paulo (SP), Bia Doria, captou cerca de R$ 400 mil via Lei Rouanet para uma exposição em Miami em dezembro de 2014.
Mulher de João Doria (PSDB), prefeito eleito neste ano em São Paulo, a artista plástica conseguiu autorização para arrecadar até R$ 1,79 milhão para esse projeto, mas conseguiu angariar 22% desse valor.
Segundo os dados publicados no site do Ministério da Cultura, a artista produziu uma exposição para "divulgar a arte sustentável brasileira" com "obras sustentáveis feitas de resíduos de floresta e flores" da série "Florações". A proposta enviada ao governo previa uma primeira mostra em galerias locais de uma praça pública de Miami.
Apesar do viés sustentável, a maior parte do dinheiro arrecadado veio da maior produtora de cigarros brasileira, a Souza Cruz, que transferiu R$ 300 mil para a mostra. Os outros R$ 100 mil foram doados pela empresa Weg Equipamentos Eletrônicos S/A.
Mais valores
Além da exposição em Miami, Bia Doria conseguiu a aprovação de outros R$ 1,7 milhão de reais para mais três projetos culturais via Lei Rouanet, dois deles livros sobre suas próprias obras e um para uma exposição em Roma.
Desses três projetos, o único que conseguiu arrecadação foi a produção do livro "Raízes do Brasil", lançado em 2014, que angariou R$ 302 mil. Esse valor foi também doado pela Souza Cruz.
Projeto | Valores aprovados pela Lei Rouanet | Valores captados |
---|---|---|
Exposição em Miami | R$ 1.794.290,26 | R$ 400.000,00 |
Exposição em Roma | R$ 1.131.850,36 | R$ 0,00 |
Livro "Preto no Branco" | R$ 300.022,00 | R$ 0,00 |
Livro "Raízes Do Brasil" | R$ 302.902,60 | R$ 302.902,00 |
Total | R$ 3.529.065,22 | R$ 702.902,00 |
Polêmica
A futura primeira dama de São Paulo foi alvo de críticas nesta semana após conceder entrevistas polêmicas aos jornais Folha de S.Paulo e O Estado de S.Paulo. Entre as declarações dadas aos jornalistas dos dois veículos, ela comparou Paraisópolis à Etiópia e disse que "ficaria feliz se chegasse uma arrumadeira já sabendo fazer as coisas", em referência à necessidade de diminuir a desigualdade econômica na cidade.
Outro lado
A reportagem procurou a assessoria da futura primeira-dama. Até a publicação dessa reportagem, Bia Doria ainda não havia se pronunciado.
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