Barroso: Brasil tem se saído relativamente bem da crise política
O ministro ressaltou que a situação brasileira ainda é melhor do que a de "concorrentes diretos", como Rússia, Índia, China, África do Sul
Estadão Conteúdo
Publicado em 1 de setembro de 2017 às 17h12.
Última atualização em 1 de setembro de 2017 às 17h13.
Rio - O ministro do Supremo Tribunal Federal ( STF ), Luís Roberto Barroso, disse nesta sexta-feira, 1º, no Rio, que é preciso romper com "a onda de negatividade no Brasil", e que o País tem se "saído relativamente bem" da crise política .
Para ele, é possível voltar "a ser uma das sensações do mundo", "superado o trauma do impeachment" da presidente Dilma Rousseff (PT), ocorrido há um ano.
"Em qualquer ângulo que se queira olhar é devastador, do ponto de vista ético, político e econômico. Mas todos os países atravessam isso. Apesar de tudo, temos nos saído relativamente bem. A situação brasileira, ruim como possa parecer, é melhor do que a dos nossos concorrentes diretos, como Rússia, Índia, China, África do Sul."
Ele está ministrando a aula inaugural de um curso de pós-graduação em direito e advocacia pública da Procuradoria Geral do Estado do Rio.
Falando a uma plateia jovem, em sua maioria, Barroso passou uma mensagem de esperança no futuro, dizendo-se numa "onda otimista, um pouco contra a corrente".
"O Brasil vem vivendo uma onda de negatividade que a gente precisa inverter, romper esse círculo. Não se sabe se o otimismo funciona, mas o pessimismo funciona, torna as coisas piores. Por isso tenho procurado olhar a cena brasileira para um pouco além da complexa fotografia desse momento. Temos fundadas razões para acreditar que logo ali na frente esta página estará virada e teremos dias melhores", disse.
"Com as próximas eleições, se conseguirmos andar na direção certa, voltaremos a ser uma das grandes sensações do mundo, como éramos há alguns anos. Nós nos perdemos no caminho, e por muitas razões, e em muitas direções. Mas há toda a possibilidade de se refazerem o caminhos e evitarem novos erros e fazermos um país maior e melhor", complementou.
Barroso começou sua fala exaltando a "estabilidade institucional e monetária" e os ganhos com a inclusão social resultantes de políticas públicas dos últimos anos, e também a iminência do aniversário de 30 anos da Constituição, em 2018.