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Barreto confirma remoção de presos para presídio federal

Ministro da Justiça negou que a inteligência falhou ao não prever a onda de violência carioca

Barreto, ministro da Justiça: "vamos desestruturar a cadeia de comando do crime" (Fábio Rodrigues Pozzebom/AGÊNCIA BRASIL)

Barreto, ministro da Justiça: "vamos desestruturar a cadeia de comando do crime" (Fábio Rodrigues Pozzebom/AGÊNCIA BRASIL)

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Da Redação

Publicado em 26 de novembro de 2010 às 14h29.

Rio de Janeiro - O ministro da Justiça, Luiz Paulo Barreto, informou hoje que o governo do Rio de Janeiro solicitou nesta manhã mais oito vagas em presídios federais para remoção de presos envolvidos na onda de ataques incendiários. "Acabo de ser informado que o governador Sérgio Cabral (PMDB) pediu a transferência de mais oito presos do Rio para o sistema prisional federal. Vamos providenciar ainda hoje."

Barreto, que passou por Florianópolis (SC), onde presidiu a reunião da Estratégia Nacional de Combate à Corrupção e à Lavagem de Dinheiro (Enccla), disse que o "sistema logístico está preparado para receber esses presos e mantê-los distantes de qualquer ação criminosa".

Ele negou que a inteligência das forças de segurança falhou ao não prever a onda de violência do tráfico na guerra do Rio. "Não falhou, a tática usada por esses bandidos é tática de guerrilha" declarou. "Munidos de coquetéis molotov deram início a ataques incendiando ônibus e veículos de passeio, em ações muito difíceis de se prever onde, quando e como vão acontecer."

O ministro rebateu ainda a informação de que os ataques nas ruas do Rio foram deflagrados a partir de uma ordem de dentro do presídio federal de Catanduvas, no Paraná. "Houve, na verdade, a interceptação de uma comunicação externa, uma carta que tentaram entregar a um prisioneiro, onde ficou clara a insatisfação com a política de segurança do Rio, as Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs), que provocaram a perda do território e das atividades econômicas do crime organizado. Não há nenhum dado que indique alguma ordem de dentro do presídio federal."


Para Barreto, o mais importante agora é a atuação conjunta do aparato policial, com reforço das Forças Armadas e da Polícia Federal (PF) - um efetivo de 300 homens da PF foi deslocado para o Rio. "O trabalho de inteligência permite melhor compreensão desse fenômeno por parte das forças policiais. Agora, vamos desestruturar a cadeia de comando do crime. Posso assegurar que o esfacelamento dessa estrutura está ocorrendo agora.

"A parceria vai fazer com que o Rio retome imediatamente sua normalidade social", prevê o ministro. "Estamos provendo uma ação para evitar que o tráfico continue aterrorizando a população nas ruas, continue praticando atos de vandalismo. Tudo aquilo que o Rio precisar, o Ministério da Justiça vai liberar por ordem expressa do presidente Lula."

Na prática, segundo o ministro, Brasília já deslocou patrulhas da Polícia Rodoviária Federal (PRF), abriu novas 50 vagas no sistema penitenciário federal e colocou à disposição apoio da Força Nacional de Segurança, além dos quadros da PF "para reverter o quadro de violência rapidamente". O ministro se disse convencido de que a reação do tráfico é um protesto contra as UPPs. Segundo ele, as unidades estão reconquistando territórios antes dominados pelo tráfico.

Projeto

O ministro defende imediata aprovação no Congresso do projeto 6.578/2006, que define juridicamente o que é o crime organizado e disciplina métodos de investigação - incluindo a infiltração de agentes nas organizações, vigilância monitorada, interceptação telefônica e delação premiada. "Nossa expectativa é que (o projeto) entre em pauta na próxima terça-feira na Comissão de Segurança Pública da Câmara. O Estado terá melhor estrutura jurídica para combater o crime organizado."

Barreto disse que quatro presídios federais de segurança máxima estão preparados para receber os presos da guerra do Rio. "Um quinto presídio está em fase licitação." Ele reafirmou que o governo federal já liberou 50 vagas para presos do Rio. "E se for preciso vamos ter mais vagas", anunciou.

O ministro revelou que o governo tem três projetos em curso para impedir o avanço do crime pelas fronteiras, com ações aéreas, inclusive, que permitem localização de pistas clandestinas de pouso e galpões que servem de depósitos para drogas e armas pesadas.

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