Bandidos armados com fuzis são vistos no campus da UFRJ
Eles haviam roubado um caminhão de entregas da empresa FedEx, que transportava eletrônicos, perto dali, e acabaram entrando na área da UFRJ na fuga
Estadão Conteúdo
Publicado em 6 de novembro de 2017 às 20h17.
Rio - Homens encapuzados e armados de fuzis foram vistos na tarde desta segunda-feira, 6, em pleno horário de aula, nos fundos do Centro de Ciências da Saúde (CCS), no campus da Ilha do Fundão, na zona norte do Rio de Janeiro .
Eles haviam roubado um caminhão de entregas da empresa FedEx, que transportava eletrônicos, perto dali, e acabaram entrando na área da UFRJ na fuga.
No CCS, funcionam as faculdades de medicina, odontologia, enfermagem e educação física, entre outras.
A reitoria da UFRJ confirmou que os criminosos estavam na altura da Rua Luís Renato Caldas, no campus, por volta das 15 horas.
O motorista do caminhão da FedEx foi abordado na descida da ponte velha do Galeão. Os ladrões renderam o condutor e também quem dirigia os veículos de escolta, e, em seguida, seguiram para a Cidade Universitária.
Foi na UFRJ que libertaram os funcionários da empresa, informou a reitoria, com base em informações da Divisão de Segurança da universidade.
Estudantes que estavam no Bloco N do CCS testemunharam a ação dos bandidos, segundo a reitoria. Não houve tiroteio. O roubo foi registrado na 37ª Delegacia de Polícia e ninguém foi preso.
"Destaca-se que em nenhum momento ocorreu confronto entre os envolvidos ou ação de criminosos dentro do prédio da UFRJ. Os criminosos deixaram o campus antes de a polícia chegar ao local", diz nota oficial da universidade.
"A prefeitura da UFRJ, responsável pelo trânsito no interior campus, já estuda novas formas para controle de entrada e saída de veículos da Ilha do Fundão. A ação contribuirá para evitar a ocorrência de crimes na Cidade Universitária", informou ainda o comunicado.
A falta de segurança na Ilha do Fundão é uma reclamação antiga de alunos, professores e funcionários, que se ressentem da precariedade da iluminação e do policiamento insuficiente e relatam casos de assaltos frequentes, além de arrombamentos de automóveis e até de sequestros-relâmpagos.
Em julho do ano passado, o estudante de Letras Diego Vieira Machado, de 29 anos, foi assassinado no campus e seu corpo foi encontrado às margens da Baía de Guanabara, dentro da ilha.
Ele teria sido vítima de homofobia. O caso não foi elucidado até hoje. Maior universidade federal do Brasil, a UFRJ é vizinha do complexo de favelas da Maré, cujos moradores convivem com uma disputa violenta entre traficantes de drogas de facções rivais e ainda milicianos.