Joca: veja o que se sabe sobre o cachorro que morreu após ser extraviado (Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil)
Agência de notícias
Publicado em 28 de abril de 2024 às 20h47.
Grupos de defesa dos direitos animais organizaram neste domingo protestos em diversos aeroportos exigindo que companhias aéreas adotem padrões melhores para transportes de pets. Os protestos atraíram políticos que prometeram tentar agir no campo legislativo.
As manifestações foram precipitadas pela comoção com o caso de Joca, um cão da raça golden retriever que morreu na segunda-feira passada após ser extraviado por engano em num voo da companhia Gol para Fortaleza (CE). O destino do animal era Sinop (MT).
Nos saguões dos aeroportos, palavras de ordem estampadas em faixas e cartazes e entoadas pelos manifestantes pediam reparação pela perda do animal e avanços regulatórios.
"Cachorro não é bagagem" foi a frase de efeito mais usada, junto de "Justiça para Joca". Imagens dos protestos nos aeroportos de Guarulhos, Santos Dumont (Rio), Belém e de cidades menores foram postadas pelos participantes do protesto nas redes sociais.
O tutor do cachorro, o engenheiro João Fantazzini, participou da manifestação no Aeroporto Internacional de Guarulhos junto com integrantes de sua família vestindo camisetas estampadas com uma fotografia do animal de estimação.
"Eu gostaria muito de agradecer vocês. Eu sinto que o Joca é de todo mundo. Eu vou lutar pelo Joca e por todos os cachorros que estão aqui, para nenhum outro morrer", disse Fantazzini em um discurso com megafone.
O ato atraiu a presença de políticos que prometeram agir para criar legislação mais rigorosa versando sobre o transporte de animais de estimação em voos.
O deputado estadual e ex-ministro do Meio Ambiente Carlos Minc (PSB-RJ) participou do protesto no Aeroporto Santos Dumont e conversou com o público no local.
"Informei aos manifestantes que iremos entrar amanhã com um projeto de lei que veda o transporte de animais como se fossem carga e estabelece uma série de medidas, como centros de apoio veterinário, a importância da hidratação e da atenção e vários outros dispositivos", disse.
Em Belém, Zé Carlos do PV, ex-candidato a governador do Pará, foi ao aeroporto e disse que seu partido deve se unir à iniciativa.
"Tem que ter outra solução para transportar o pet grande. Talvez colocar na cabine, porque no porão do avião não dá. O caso do Joca deixou isso claro", afirmou e vídeo divulgado. "Precisaria criar voo especial só para pets? A gente tem que pensar em uma maneira".
Políticos identificados com a direita também compareceram a alguns dos encontros nos aeroportos.
Os deputados federais Delegado Bruno Lima (PP-SP) e Delegado Matheus Laiola (União Brasil-PR) estiveram, respectivamente, nas manifestações em Guarulhos e Afonso Pena, também prometendo ação no Congresso Nacional.
"Seguiremos lutando por regulamentações rigorosas para o transporte de animais em aviões, para que nenhuma outra família viva a mesma dor", postou Lima em mensagem de rede social.
Na terça-feira, até o presidente da República havia comentado o caso.
"Eu acho que a Gol tem que prestar contas, acho que a Anac tem que fiscalizar isso e acho que a gente não pode permitir que isso continue acontecendo no Brasil", afirmou Lula.
Após a morte do cão Joca, a Gol Linhas Aéreas suspendeu por um mês o transporte de cães no porão das aeronaves para apurar as circunstâncias do caso. A Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) afirmou na quarta que abriu um processo administrativo para apurar os motivos da morte do cão.