Brasil

Após 5 meses de investigação, mãe de Marielle diz confiar na justiça

Para ela, afirmação de Raul Jungmann sobre dificuldade de esclarecer caso é indicação de que autoridades dispõem de informações concretas sobre suspeitos

Marielle Franco: vereadora foi assassinada com quatro tiros na cabeça em 14 de março (Ricardo Moraes/Reuters)

Marielle Franco: vereadora foi assassinada com quatro tiros na cabeça em 14 de março (Ricardo Moraes/Reuters)

AB

Agência Brasil

Publicado em 9 de agosto de 2018 às 18h11.

Às vésperas de completar cinco meses do assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL-RJ), a mãe dela, Marinete Silva, disse hoje (9) que confia na justiça. Seis dias depois de se reunir com o papa Francisco, ela afirmou que acredita que as investigações mostrarão os responsáveis pela execução da vereadora e também do motorista Anderson Pedro Gomes.

"Eu estou acreditando muito nessa equipe [de investigadores] e nós vamos chegar em quem planejou porque não adianta falar hoje, depois de cinco meses, quem praticou [o crime], isso não vai nos consolar, mas sim quem planejou, quem está por trás de tudo isso", afirmou Marinete Silva.

No último dia 2, Marinete Silva e um grupo de brasileiros se reuniram com o papa Francisco, na Sala Santa Marta, na residência oficial do pontífice. O encontro foi organizado por movimentos sociais para falar sobre violações de direitos humanos.

No encontro, Marinete Silva presenteou o papa com uma camiseta com a fotografia de Marielle Franco. Francisco retribuiu entregando um terço para a mãe da vereadora e todos os presentes. "Ele [Papa Francisco] queria conhecer a história dessa mulher [Marielle Franco] que está movendo o mundo de uma forma legal e transparente."

Investigações

Para a mãe da vereadora, a afirmação do ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, sobre a dificuldade de esclarecer o assassinato ante o "envolvimento de políticos e agentes do Estado" é uma indicação de que as autoridades dispõem de informações concretas sobre suspeitos.

"Evidentemente, ele [Jungmann] deve ter alguma coisa de concreto em cima disso, mesmo sem citar diretamente. Nós vamos esperar. A investigação continua. Ele acha que, em pouco tempo, teremos uma resposta e é isso que eu espero também", disse Marinete Silva.

Emocionada, ao lado de ativistas de direitos humanos, a mãe da vereadora disse que a morte da filha pode ser resumida em um único sentimento: dor. "Marielle foi calada de uma maneira brutal, que eu acho que foi a única forma de calar aquela negra que chegou ao poder no enfrentamento. Esses cinco meses são muito dolorosos, até por que nós não temos uma resposta direta. É dor, muita dor. É profundo, não dá para mensurar."

Assassinato

Marielle Franco foi assassinada com quatro tiros na cabeça e seu motorista Anderson Gomes atingido por três balas. Eles estavam saindo de um evento político-cultural, no bairro de Estácio, no centro do Rio de Janeiro, quando foram mortos, em 14 de março deste ano.

Câmeras de segurança flagraram os carros e os suspeitos. Porém, as investigações ainda não foram concluídas. Ontem Jungmann reconheceu que "agentes do Estado" e "políticos" estão envolvidos no crime. Também admitiu dificuldades nas apurações. No sábado (11), completa 150 dias da morte da vereadora e do motorista.

* Estagiária sob a supervisão de Mario Toledo

Acompanhe tudo sobre:AssassinatosMarielle FrancoPSOL – Partido Socialismo e LiberdadeRio de Janeiro

Mais de Brasil

Ministro da Justiça reage a caso de jovem baleada pela PRF: 'obrigação de dar exemplo'

Morre Roberto Figueiredo do Amaral, executivo da Andrade Gutierrez

Desabamento e veículos arrastados: véspera de natal é marcada por chuvas em BH

Avião desaparece no AM e mãe de piloto faz apelo por buscas do filho nas redes sociais