Anvisa avalia no domingo o uso emergencial de vacina do Butantan e da Fiocruz
O prazo terminaria na segunda-feira, 18. Anvisa condicionou a análise ao envio de documentos faltantes dos dois laboratórios
Gilson Garrett Jr
Publicado em 12 de janeiro de 2021 às 18h36.
Última atualização em 13 de janeiro de 2021 às 10h17.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária ( Anvisa ) marcou para o domingo, 17, uma reunião da Diretoria Colegiada, na qual serão avaliados os pedidos de uso emergencial das vacinas contra a covid-19 do Instituto Butantan/Sinovac e da Fiocruz/AstraZeneca. O prazo limite para esta análise terminaria no dia 18, segunda-feira.
Em nota divulgada à imprensa, a Anvisa condiciona o parecer à “entrega, em tempo hábil para análise, dos documentos faltantes e complementares”, diz.
Segundo a agência, a vacina do Butantan, desenvolvida em parceria com o laboratório chinês Sinovac, tem 40% dos documentos analisados, 37% ainda precisam de complementação e quase 6% ainda não foram apresentados.
No caso do imunizante da Fiocruz, feito em parceria com a AstraZeneca, já foi concluída a análise de 32% dos documentos, 53% estão em análise, e 14% ainda precisam de complementação.
Vacina do Butantan tem eficácia de 50,38%
Nesta terça-feira, 12, o Instituto Butantan divulgou a eficácia geral da vacina contra a covid-19, a chamada Coronavac, que ficou em 50,38%. Este valor e indica a capacidade do imunizante de evitar casos sintomáticos da doença.
Apesar da eficácia ser mais mais baixa que outras vacinas (as da Pfizer e da Moderna ficaram acima de 90%), está no limite mínimo exigido pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que é de 50%. Está também dentro dos padrões da Organização Mundial de Saúde (OMS).
Ricardo Palácios, diretor médico de pesquisa clínica do Butantan, explicou que a eficácia ficou mais baixa porque considerou a resposta imunológica também em casos muito leves da doença, que não necessitam de atendimento médico.
Início da vacinação
Ainda não há uma data certa para o início da vacinação no Brasil. Na segunda-feira, o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, disse que vai começar “no dia D, na hora H”, sem dar mais detalhes. Internamente, o governo trabalha com a possibilidade de iniciar no dia 20 de janeiro.
Na semana passada, o Ministério da Saúde anunciou a compra das 40 milhões de doses da vacina que serão produzidas pelo Butantan e mais 6 milhões importadas prontas pelo instituto.
Há ainda 2 milhões de doses prontas que a Fiocruz deve receber nos próximos dias, vindas de um fornecedor da AstraZeneca na Índia. Pazuello disse que assim que as doses chegarem, a vacinação começará em poucos dias.