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Alshop manterá monitoramento de rolezinhos

Associação anunciou que os centros comerciais continuarão a fechar as portas em caso de grandes aglomerações de jovens

Rolezinhos são tema de reunião entre ministros e empresários, em Brasília (Antonio Cruz/ABr)

Rolezinhos são tema de reunião entre ministros e empresários, em Brasília (Antonio Cruz/ABr)

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Da Redação

Publicado em 29 de janeiro de 2014 às 19h49.

São Paulo - Após reunião no Palácio do Planalto, a Associação Brasileira de Lojistas de Shopping (Alshop) anunciou nesta quarta-feira, 29, que manterá o monitoramento da convocação de "rolezinhos" nas redes sociais e que os centros comerciais continuarão a fechar as portas em caso de grandes aglomerações de jovens.

"É só não ter convocação pela mídia. As pessoas podem entrar em grupo de cinco, de seis, de oito ou de dez. Esses jovens que saem da faculdade para ir para uma praça de alimentação, para comer hambúrguer, isso está totalmente aberto", disse o presidente da Alshop, Nabil Sahyoun. "A gente só fica preocupado quando tem uma grande convocação e a gente tem 2 mil, 3 mil, 10 mil pessoas. Você passa a ter o critério da segurança no sentido de não correr risco. O pessoal tem preferido fechar para proteger as pessoas que frequentam shoppings."

De acordo com Sahyoun, há restrições para convivência dentro dos shoppings porque a preocupação maior é com a segurança do local e dos frequentadores. "As portas estão sempre abertas para confraternização pontual", disse. "Mas não para entrar com rádio e fazer a festa do beijo lá dentro ou evento que possa trazer preocupação para quem está lá." Ele ressaltou que existe a segurança interna nos centros comerciais, mas pediu ao governo para que assegure a proteção externa destes locais.

No encontro desta quarta-feira com os ministros Gilberto Carvalho (Secretaria-Geral da Presidência), Marta Suplicy (Cultura), Luiza Bairros (Secretaria de Promoção da Igualdade Racial) e da secretária nacional da Juventude, Severine Macedo, o presidente da Alshop fez um apelo para a criação de novos espaços capazes de comportar este público.

Segundo ele, áreas públicas ociosas poderiam ser usadas como espaço de convivência, entre elas o sambódromo de São Paulo (usado apenas durante o carnaval, as festividades do 7 de setembro, a Fórmula Indy e em shows). A expectativa é o que assunto volte a ser discutido em 20 ou 25 dias.

Sahyoun ressaltou que os shoppings continuarão fechando as portas "em respeito ao consumidor". Ele chegou a falar em "constrangimento" aos frequentadores. Atualmente, 450 milhões de pessoas vão aos shoppings todo mês. Com o novo fenômeno, a entidade calcula uma queda de 25% nas vendas em shoppings no período de 30 dias comparado com janeiro de 2013. O dirigente disse que os jovens que convocaram os primeiros "rolezinhos" admitiram que se tratava apenas de uma "brincadeira" e que não esperavam tamanha repercussão. "São garotos de boa índole", afirmou.

Nesta quarta-feira, o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, saiu em defesa da "liberdade de manifestação" assegurada pela lei ao comentar os "rolezinhos" em shoppings. "A liberdade de manifestação é garantida pela Constituição, nós temos de entender isso como a decorrência natural da vida democrática", disse.

Cardozo evitou comentar a posição da Alshop de defender o fechamento destes centros comerciais em caso de convocação de "rolezinhos" pelas redes sociais. Segundo a Alshop, a medida visa garantir a segurança dos frequentadores dos shoppings. Para o ministro, é preciso garantir a liberdade de manifestação dos cidadãos. Na avaliação dele, a discriminação de indivíduos é "inaceitável". "Não podemos aceitar medidas discriminatórias porque são ofensivas à própria Constituição", declarou.

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