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Aécio reconhece que já esteve mais confortável

Candidato também afirmou que as promessas feitas pela adversária Marina Silva (PSB) são "inexequíveis"

Aécio Neves: pesquisas divulgadas na quarta mostraram o candidato em uma distante terceira posição (REUTERS/Paulo Whitaker)
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Da Redação

Publicado em 4 de setembro de 2014 às 08h45.

São Paulo - O candidato do PSDB à Presidência, Aécio Neves , reconheceu que já esteve em situação mais confortável na disputa pelo Planalto, e afirmou que as promessas feitas pela adversária Marina Silva (PSB) são "inexequíveis".

Em entrevista ao Jornal da Globo que foi ao ar na madrugada desta quinta-feira, Aécio repetiu por diversas vezes que, se eleito, trará "previsibilidade" à economia, defendeu ser necessário soltar a "tampa da panela de pressão" dos preços represados com regras claras de reajuste, e prometeu que não será o presidente que tirará direito dos trabalhadores.

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"Reconheço que hoje nós não temos uma situação tão confortável como tínhamos 30 dias atrás", disse o tucano ao ser questionado sobre sua posição nas mais recentes pesquisas de intenção de voto, nas quais aparece em terceiro lugar.

Pesquisas do Ibope e do Datafolha divulgadas na quarta mostraram o candidato do PSDB em uma distante terceira posição, enquanto a presidente Dilma Rousseff, candidata à reeleição pelo PT, e Marina disputam a liderança em empate técnico.

Aécio voltou a dizer na entrevista que Dilma será derrotada nas eleições de outubro e, como tem feito nos últimos dias, continuou a subir o tom contra Marina, que tornou-se figura central na disputa ao assumir a cabeça de chapa do PSB com a morte de Eduardo Campos em um acidente aéreo em agosto.

O tucano disse ter dúvidas sobre a "consistência" das propostas da candidata do PSB.

"Temos uma nova candidata que se apresenta com um conjunto de propostas absolutamente inexequíveis do ponto de vista prático e terá de explicar isso.

O custo das propostas já anunciadas até aqui, fora as que certamente ainda virão durante a campanha, significa um aumento de gastos de 150 bilhões de reais ao ano, 3 por cento do PIB", disse Aécio.

"Só tem uma forma de se fazer isso: aumentando a carga tributária, que ela já disse que não vai acontecer. Então esse conjunto de propostas poderá se transformar amanhã em uma grande frustração da sociedade brasileira."

"Panela de pressão"

O tucano prometeu que, em um eventual governo seu, as regras para reajustes de preços como o dos combustíveis, da energia elétrica e dos transportes terão "regras claras".

"Será um governo que sinalizará de forma muito clara para o mercado que as regras, inclusive de reajuste de preços, serão respeitadas e serão de conhecimento de todos", garantiu.

"Essa receita do atual governo de conter a inflação através do represamento de determinados preços, isso deu errado desde a década de 1980. Nós temos que soltar a tampa dessa panela de pressão, mas sem sustos."

Aécio lembrou ainda que "técnica ou não, o Brasil já está em recessão", e culpou o que chamou de "equívocos" do governo Dilma pelo quadro econômico atual, que também conta com inflação elevada. Ele prometeu ainda focar o centro da meta da inflação, de 4,5 por cento ao ano, ao contrário do que, segundo ele, faz o governo atual, que mira no teto da meta, que é de 6,5 por cento ao ano.

O tucano voltou a dizer que apenas sua vitória em outubro já será o bastante para sinalizar aos investidores e melhorar as expectativas da economia, inclusive com uma "redução dos juros no longo prazo".

Ele também classificou os direitos trabalhistas como uma "conquista da sociedade" e disse que não mexerá nesses direitos, embora tenha defendido o estímulo da negociação entre as partes.

Aécio, que afirmou que seu programa de governo será anunciado até o dia 15, disse ainda que esse conjunto de propostas incluirá medidas para corrigir "exageros" na concessão do seguro-desemprego. Ele, no entanto, não deu mais detalhes sobre como aconteceria essa correção.

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