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Projeção de La Niña para segundo semestre acende alerta à agropecuária do Sul

Relatório do NOOA, ligado ao governo dos Estados Unidos, aponta que fenômeno climático deve ganhar proporção após o mês de junho

Seca: La Niña aumenta a possibilidade de seca na Região Sul para o fim do ano (Paulo Fridman / Colaborador/Getty Images)
Mariana Grilli

Repórter de Agro

Publicado em 19 de janeiro de 2024 às 16h57.

Última atualização em 19 de janeiro de 2024 às 17h02.

Após a passagem do El Niño, previsões climáticas dorelatório daAdministração Oceânica e Atmosférica Nacional(NOAA) ligado ao Departamento de Comércio do governo dos Estados Unidos apontam a probabilidade do início da La Niña no segundo semestre. A estimativa reflete diretamente na dinâmica das chuvas e, por consequência, na agropecuária.

O El Niño é responsável pelo aquecimento do Oceano Pacífico Equatorial e caracterizado por agravarsecasnas regiões Norte e Nordeste, e chuvas volumas no Sul. Já a La Niña provoca o resfriamento das águas do Pacífico Equatorial, levando chuvas ao Norte e Nordeste, e estiagem ao Região Sul.

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Este é o cenário considerado por Pedro Gonçalves, analista de mercado da Scot Consultoria, ao dizer que a La Niña pode afetar principalmente a região Sul e também a Argentina ao final de 2024. Ele lembra que o fenômeno mais recente levou o Sul a consecutivas quebras de safra, cuja duração foi de 2020 a 2023.

"Para produtor gaúcho, e argentinos, a La Niña para o final de ano é bastante prejudical, porque afeta bastante a disponibilidade hídrica para eles", afirma.

O documento do NOOA aponta que as águas do oceano devem viver um período de transição na temperatura, com resfriamento entre março e maio de 2024. Entre abril e junho, há 73% de chances de período de neutralidade quando não há alterações na temperatura do oceano.

No segundo semestre, o La Niña tende a ganhar força, período marcado pelo início da safra 2024/25.

Em dezembro passado, a Confederação da Agricultura e Pecuária comentou sobre a possibilidade da La Niña. Na ocasião, Bruno Lucchi, diretor técnico da CNA comentou que as mudanças climáticas não estavam permitindo períodos de neutralidade.

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O clima também afeta diretamente a dinâmica da pecuária. Segundo Gonçalves, os pecuaristas terão de acompanhar as alterações de temperatura e índices de chuva por causa da condição das pastagens e do preço do milho para silagem, condicionado à segunda safra.

No fim de 2023, órgãos como o Instituto Internacional de Pesquisa para Clima e Sociedade e a Organização Meteorológica Mundial, ligada à Organização das Nações Unidas (ONU), também haviam previsto a La Niña para 2024.

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