Preço dos principais produtos agropecuários sobe no primeiro trimestre
Na comparação com o primeiro trimestre de 2020, soja, algodão, milho, boi gordo e trigo tiveram as maiores altas entre os 15 principais produtos agropecuários brasileiros
Agência Brasil
Publicado em 29 de abril de 2021 às 17h27.
Os 15 principais produtosagropecuáriosbrasileiros tiveram alta de preços no primeiro trimestre de 2021, na comparação com o mesmo período do ano passado. A análise faz parte da nota de conjuntura Mercados e Preços Agropecuários, divulgada hoje (29) pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada ( Ipea ), em parceria com o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/Esalq/USP) e com a Companhia Nacional de Abastecimento ( Conab ).
As maiores valorizações em janeiro, fevereiro e março de 2021 em relação aos três primeiros meses de 2020 foram na soja (94,2%), no algodão (66,3%), no milho (61,7%), no boi gordo (52,4%) e no trigo (51%).
Já na comparação com o quarto trimestre de 2020 tiveram alta a soja (4,7%), o milho (13,4%), o trigo (10,6%), o algodão (24%), o café (21,2%), o açúcar (4,2%), o etanol hidratado (18,5%), o etanol anidro (12,3%) e o boi gordo (10,3%).
Por outro lado, tiveram queda de preços em relação ao último trimestre do ano passado a carne suína (17,5%), a carne de frango (1,9%), o ovo (15,6%), o leite (6,6%), o arroz (13,6%), a batata (10%), a laranja (6%) e a banana (15%).
De acordo com o Ipea, as principais commodities (produtos primários com cotação em mercados internacionais) agropecuárias continuaram sofrendo impacto do câmbio e da alta dos preços internacionais. "Para o Brasil, a desvalorização do real ante o dólar contribuiu para manter os preços das commodities ainda mais atrativos em moeda local", destaca a análise, segundo a qual, a demanda mundial aquecida e os estoques baixos contribuíram para boa parte da alta dos preços internacionais.
Apesar disso, o câmbio também teve efeitos adversos sobre as culturas brasileiras que dependem de insumos importados, encarecendo o custo de produção, ressalta o Ipea.
Na demanda externa, a pesquisa revela que continuaram altos os volumes exportados para a China e outros países asiáticos. Já na demanda interna, a redução do funcionamento dos bares e restaurantes, além dos possíveis impactos do agravamento da pandemia sobre a renda das famílias contribuíram para a queda de preços domésticos do arroz, leite, de hortifrutícolas e de carnes suínas e de frango.
Grãos
Principal produto do agronegócio brasileiro, a soja deve atingir, em 2021, o recorde de exportações da série histórica, com 85,6 milhões de toneladas, o que representa 50% das vendas mundiais do grão. A demanda externa aquecida deve continuar a pressionar o preço doméstico da soja – somente a China consome cerca de 31,6% da safra mundial.
No caso do milho, o Ipea diz que o clima seco atrasou a semeadura e tende a pressionar alta nos preços. Está previsto um cenário favorável no segundo semestre, caso o clima contribua para a evolução da segunda safra.
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