Plasticultura acompanha o avanço do agronegócio no Brasil
OPINIÃO | Uso do plástico na agricultura permite reduzir de custo na produção agrícola por meio de uso mais eficiente de água, minimização de produtos químicos aplicados no campo e menor consumo de energia
Redação Exame
Publicado em 30 de abril de 2024 às 06h01.
Por Ana Paiva*
A plasticultura se tornou indispensável neste país. O uso do plástico na agricultura se consolidou como uma ferramenta muito importante para elevar a produtividade e aumentar os rendimentos dos agricultores. E tudo isso dentro de um sistema que busca cada vez mais a sustentabilidade e o uso consciente dos recursos.
No Brasil, onde o setor agrícola representa cerca de 20% do Produto Interno Bruto (PIB) e é responsável pela geração de 37% dos empregos, a plasticultura tem crescido de forma consistente. E o motivo é que a utilização de aplicações plásticas promove um aumento na oferta de alimentos e transforma a economia do setor.
Muitas empresas estão atentas ao movimento e têm investido fortemente na plasticultura, buscando desenvolver produtos e soluções sustentáveis. A Braskem, por exemplo, tem estabelecido maior aproximação com produtores rurais e parceiros, além de ter uma área específica voltada ao desenvolvimento da plasticultura e investimento em pesquisa e tecnologia para oferecer novas, e mais sustentáveis, soluções plásticas.
Maior produtividade
A plasticultura é um bom investimento, já que o uso do plástico é uma escolha produtiva e sustentável. Ela permite a redução de custo na produção agrícola por meio de uso mais eficiente de água, da minimização da quantidade de produtos químicos aplicados no campo e até mesmo do menor consumo de energia. Mas não é só isso. A plasticultura é uma ferramenta importante para a produção de alimentos em maior quantidade e melhor qualidade.
A FAO, Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura, já mostrou que será preciso haver maior disponibilização de alimentos diante da perspectiva de crescimento da população mundial. Dados da FAO apontam que será preciso ampliar em 70% a produção atual de alimentos para atender à demanda global em 2050 (i). Desse total, 8% da produção deverá ser fornecida pelo Brasil, já que é um dos países mais eficientes no uso da terra e insumos agrícolas (ii). A população urbana crescerá em ritmo acelerado e, somado a isso, será preciso lidar com a escassez dos recursos naturais e demais riscos climáticos.
O agronegócio brasileiro, portanto, precisa de opções para maximizar sua produção nas áreas atuais . E diversas soluções de plasticultura estão alinhadas com tal necessidade. Muitos produtores rurais já aderiram a este método.
Há dez anos seria impensável falar de irrigação de cana por gotejamento, mas hoje já existem milhares de hectares com tal tecnologia. Há 15 anos não havia sinal da produção de silo bolsa no Brasil. Hoje, existem sete linhas instaladas e quatro que entrarão em operação ainda neste ano.
Outras opções como o filme para silagem pré-secada e o filme para algodão também estão avançando de forma significativa.
O futuro do agronegócio está totalmente associado ao desenvolvimento de soluções inovadoras e sustentáveis. A plasticultura é uma aliada neste sentido. E ainda estamos somente no começo. Há muito mais por vir.
* Ana Paiva é Líder de Segmento de Plasticultura na Braskem