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Exclusivo: Lavoro quer vender R$ 1,5 bilhão em insumos via barter para safra 2024/25

Volatilidade do preço pago na soja, dúvidas sobre a colheita da safra verão e atraso na safrinha de milho devem levar produtores à maior contratação da ferramenta financeira

Fábrica de bioinsumos da Lavoro em Itápolis, São Paulo (Divulgação/Divulgação)
Mariana Grilli

Repórter de Agro

Publicado em 9 de janeiro de 2024 às 06h06.

Última atualização em 9 de janeiro de 2024 às 14h26.

A distribuidora Lavoro, cujas ações estão listadas na Nasdaq, espera atingir o volume deR$ 1,5 bilhão em vendas de insumos até o fim do mês de maio, por meio da contratação de operações de barter para a safra 2024/25. Com isso, a empresa quer superar o valor de R$ 1,3 bilhão em novos contratos, alcançado no início da temporada 2023/24.

O contexto favorece a campanha de comercialização, à medida que a compra de insumos para a segunda safra está atrasada. Diante disso, produtores ainda não conseguem prever qual será a rentabilidade ao final de 23/24, tampouco saber qual será o fôlego para financiar a safra seguinte.

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Para que o empresário rural não precise esperar a colheita, e então projetar a capacidade de aquisição dos insumos para 2024/25, a distribuidora aposta na alta contratação do barter. A estratégia da empresa inclui negociar o pagamento com a soja disponível ou futura e, mais do que isso, travar o preço da saca de soja permitindo que uma possível valorização no preço se transforme em crédito ao agricultor.

De acordo comMarcos Oliveira, diretor de Operações de Commodities da companhia, a lógica do produtor consiste em olhar o histórico pago para adquirir fertilizantes, sementes e defensivos, os quais representam 80% dos insumos necessários para a safra de grãos.

"Historicamente, por exemplo, o produtor pode gastar 30 sacas para comprar o pacote completo, e todo ano ele tenta se manter nesse patamar. Nosso termômetro é feito dentro de cada região, então a gente sabe o histórico do produtor e estamos em linha com média", ele diz.

Se a soja subir de preço, o derivativo atrelado ao contrato de barter permite ao agricultor participar dessa valorização em forma de crédito, convertido futuramente em novos insumos. Em 2023/24, Oliveira conta que 1.500 agricultores aderiram à ferramenta financeira e houve a distribuição de mais de R$ 30 milhões em crédito.

"Isso permite o produtor não especular com o valor físico, se proteger numa eventual baixa de preços e ficar livre para aproveitar a alta do mercado", afirma.

Negócios em expansão

Além de procurar expandir o leque de produtos ao produtor rural, a Lavoro segue com os planos de M&As. No fim de dezembro, a companhia anunciou a conclusão da compra da Coram, do mesmo segmento.

A aquisição leva a distribuidora a atuar no norte do estado de São Paulo, onde não havia loja, e reforça as operações em andamento nos estados de Minas Gerais e Goiás. Esta é a terceira aquisição da Lavoro desde a listagem no início do ano, quando ela captou US$ 134 milhões com foco em fusões e aquisições.

No último ano fiscal, a receita da empresa foi de US$ 1,8 bilhão, um crescimento de 24% em relação ao ano safra anterior. O lucro ajustado subiu 64%, para US$ 149,8 milhões.

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