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Agência de notícias
Publicado em 26 de agosto de 2024 às 11h16.
Após o estado de São Paulo registrar o pior mês de agosto em número de focos de queimadas desde 1998, quando dados começaram a ser registrados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), organizações ligadas ao gigante mercado da cana-de-açúcar começam a contabilizar os prejuízos.
Somente nos últimos dias, as chamas destruíram aproximadamente 60 mil hectares de lavouras, gerando um prejuízo estimado em R$ 350 milhões para os agricultores.
Os dados são da Organização de Associações de Produtores de Cana do Brasil (Orplana), que contabilizou 1,8 mil focos de incêndio na sexta-feira e 305 focos de incêndio no sábado. m São Paulo, foram registrados 3.480 pontos no mês, um recorde para o estado desde que os dados começaram a ser medidos, há quase três décadas. Minas Gerais também enfrenta incêndios, sobretudo no entorno de Belo Horizonte.
O número de focos de incêndio registrados nos primeiros oito meses do ano (104.928), segundo o Inpe, é o maior desde 2010 (118 mil) e 75% acima do computado no mesmo período no ano passado (59.925 mil). Ainda de acordo com o instituto, agosto já é o mês de 2024 com mais focos de incêndio para 16 estados.
Neste domingo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, se reuniram com funcionários do Ibama em Brasília para anunciar medidas. A PF já abriu 31 inquéritos entre Amazônia e Pantanal, e dois em São Paulo.
— É uma verdadeira guerra contra o fogo e criminalidade — disse Marina: — Tem uma situação atípica. Você começa a ter em uma semana, praticamente em dois dias, vários municípios queimando ao mesmo tempo. Isso não faz parte da nossa curva de experiência nesses anos de trabalho com fogo.
A ministra lembrou o Dia do Fogo, cadeia de incêndios ocorridos no Pará em 2019, no governo de Jair Bolsonaro.
— Do mesmo jeito que nós tivemos o ‘dia do fogo’, há uma forte suspeita de que agora esteja acontecendo de novo.
Com a mobilização do governo, a PF, por meio da Superintendência Regional de São Paulo, irá investigar a temporada de fogo. Segundo Rodrigues, as investigações no estado irão apurar se houve uso de fogo criminoso que afetaram o estado.
Três homens foram presos acusados de causarem incêndios intencionais entre anteontem e ontem: dois em São Paulo e um em Goiás. Os casos são investigados pelas polícias locais.
Em São Paulo, uma prisão ocorreu ontem em São José do Rio Preto, de um homem que ateava fogo em um terreno. Outra prisão foi efetuada na manhã de ontem em Batatais. Neste último caso, o acusado tinha antecedentes criminais e portava gasolina no momento da prisão.
Já o caso de Goiás se trata de um homem preso em flagrante ateando fogo em pasto da propriedade rural na região de Piranhas, Goiás. Segundo a Polícia Militar, a situação era patrulhada há dias, com diversas ocorrências de incêndio criminoso em áreas de pastagem. O suspeito teria cometido crimes também nas regiões goianas de Caiapônia e Bom Jardim, no Sudoeste do estado. "O prejuízo causado é incalculável”, afirmou a Polícia Militar de Goiás.