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ESG no agro: AgroGalaxy cria linha de financiamento de R$ 20 milhões para produtores

O projeto começa como um teste com 12 produtores brasileiros, mas deve ser expandido já nos próximos anos

Plantação de soja: produção agrícola pode coexistir com a floresta. (Lucas Ninno/Getty Images)

Plantação de soja: produção agrícola pode coexistir com a floresta. (Lucas Ninno/Getty Images)

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Gilson Garrett Jr

Publicado em 18 de janeiro de 2023 às 09h58.

Última atualização em 18 de janeiro de 2023 às 14h57.

A AgroGalaxy, empresa especializada na distribuição de insumos agrícolas, criou um financiamento de R$ 20 milhões para acelerar a implementação de conceitos de ESG no agro. O projeto começa como um teste com 12 produtores brasileiros, mas deve ser expandido já nos próximos anos. A inciativa, chamada de GreenGalaxy, segue premissas internacionais de redução do desmatamento e de recuperação de áreas degradadas.

O projeto foi explicado em entrevista exclusiva a EXAME em durante o SuperAgro 2023, realizado em Londrina no norte do Paraná. O evento, que começou na terça-feira 17, e vai até a quinta-feira, 19, reúne mais de 60 marcas que apresentam aos produtores e investidores soluções inovadores para aumentar a produtividade no campo. Cerca 40% de todos os negócios de soja da AgroGalaxy do ano são fechados nos três dias da feira.

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Mônica Melo Alcântara, head ESG AgroGalaxy, detalha que os produtores que vão receber o dinheiro foram selecionados dentro da cartela de clientes da empresa levando em conta produtores que não tenham expandido produção em áreas de vegetação nativa desde janeiro de 2020. A data-base leva em conta o Green Deal europeu, pacto ambiental que prevê, entre outras premissas, não importar produtos de áreas de desmatamento.

Além disso, os empresários assinaram um termo de compromisso com diversas regras ambientas que serão acompanhadas periodicamente. Todo o dinheiro será liberado ao longo de três anos.

LEIA TAMBÉM: Brasil pode dobrar produção agrícola sem derrubar árvore, diz Marina em Davos

"Um dos compromissos é de que precisa haver o entendimento de que não há necessidade de derrubar nenhuma árvore para fazer a expansão de produtividade. O outro é incluir bioinsumos [mais sustentáveis e com menos impacto ao meio ambiente] no seu manejo. Como é um caminho, vale ressaltar que não é um manejo 100% verde, é um manejo que tenha mais bioinsumos que a média nacional. As propriedades também precisaram passar por uma análise socioambiental para avaliar que ela está totalmente regular", diz.

Os 12 empresários selecionados são de diversos tamanhos, justamente para testar o modelo, que tende a ser replicável. No grupo estão produtores de soja e de café, do Cerrado brasileiro, sendo a maior parte do estado do Mato Grosso do Sul. Os valores recebidos também variam conforme o tamanho da propriedade.

"Há produtor que recebeu R$ 100 mil e outro que recebeu R$ 2 milhões. E eles vão recebendo o recurso de acordo com o faturamento na compra dos bioinsumos. É importante destacar que houve um esforço financeiro de várias áreas, como a própria JGP, que reduziu o custo deles no primeiro ano de financiamento. A AgroGalaxy abriu mão de margem de lucro sobre esses insumos. Tudo isso faz parte de um processo de mudança de mentalidade", explica Daniel Kuratomi, gerente de relações com investidor da AgroGalaxy.

A gestora JGP é parceira da inciativa e criou um Certificado de Recebíveis do Agronegócio (CRA) para captar os R$ 20 milhões. "Indo para uma escalabilidade, a ideia é que a gente consiga outros formatos que não seja só o CRA. Estamos testando uma série de novos protocolos. O programa é para que o produtor se sinta parte de um processo de transição que é inevitável para o agro brasileiro", afirma José Pugas, sócio líder  de investimentos sustentáveis na JGP.

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