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Empresa de biofertilizante se prepara para receber investimento

Krilltech, que criou nanoesferas de carbono para turbinar nutrição no campo, deve faturar R$ 10 milhões este ano, 5 vezes mais do que em 2021; Brasil busca alternativas para importações

Solução da agtech é utilizada no cultivo de frutas como o morango e grãos (Getty Images/Getty Images)

Solução da agtech é utilizada no cultivo de frutas como o morango e grãos (Getty Images/Getty Images)

CA

Carla Aranha

Publicado em 11 de maio de 2022 às 15h26.

Última atualização em 12 de maio de 2022 às 15h42.

A Krilltech, startup do agro especializada na produção de biofertilizantes, se prepara para participar de uma rodada de investimentos este mês. O capital obtido deverá ser utilizado para escalar o negócio. No final do ano, a startup deve levantar recursos junto a fundos internacionais. Fundada em 2020, a empresa desenvolve nanoesferas de carbono, de 5 nanômetros, capazes de levar em sua superfície uma série de aminoácidos e outros elementos que turbinam a nutrição da planta.

O composto biológico desenvolvido pela Krilltech aumenta em até 30% a absorção de nutrientes como o nitrogênio, potássio e fósforo. “Essas partículas também aceleram a fotossíntese e ajudam a reduzir o estresse hídrico em épocas de falta de chuvas”, diz Diego Stone, CEO da empresa. Testado em mais de 20 culturas, como a soja, milho, tomate e morango, a tecnologia já é utilizada em mais de 60 mil hectares, principalmente em áreas de produção de grãos, cacau e outras frutas.

Este ano, o faturamento deve chegar a 10 milhões de reais, cinco vezes mais do que em 2021, ano em que a empresa abriu uma fábrica no polo industrial de Camaçari, na Bahia. A startup é uma das empresas destacadas na reportagem de capa da edição de abril da revista EXAME.

A agtech nasceu a partir de pesquisas sobre nanotecnologia desenvolvidas por Stone na Universidade de Brasília. Engenheiro químico de formação, o empreendedor se dedicou inicialmente a estudos na área farmacêutica. “A intenção era descobrir formulações capazes de facilitar a absorção de nutrientes pelo corpo humano”, conta. Ao participar de um evento da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) a respeito do uso de novas tecnologias para a fertilização de plantas, há oito anos, Stone ajustou o foco da pesquisa. “Percebi que havia muita oportunidade na agricultura”, afirma.

Em 2018, o engenheiro resolveu fazer um curso de planejamento estratégico de startups inovadoras na Universidade Stanford, nos Estados Unidos, e saiu de lá com um plano de negócios para montar a Krilltech. Dois anos depois, a empresa saía do papel. “Percebemos um interesse palpável dos investidores pela tecnologia que desenvolvemos e nosso modelo de negócios”, diz Stone.

A agtech atua em um nicho que alcançou mais evidência com a guerra na Ucrânia. A Rússia, sob sanções desde o início do conflito, responde por 23% das importações de fertilizantes realizadas pelo Brasil – quando se soma às compras feitas da Ucrânia e da Bielorrússia, essa porcentagem sobe para 30%. Hoje, o Brasil precisa importar cerca 85% dos fertilizantes utilizados no campo. A ideia é reduzir essa dependência – com apoio da iniciativa privada e instituições de pesquisa.

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