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Comportamento do consumidor de proteína animal direciona negócios da Zoetis

Luis Xavier Rojas, vice-presidente da companhia, enxerga diferentes desafios entre Estados Unidos, Europa e Brasil, sobretudo com a atual demanda reduzida por carne

Carne: após alta do produto em dezembro, IPCA surpreendeu e teve ritmo diminuído para 0,21% em dezembro (Amanda Perobelli/Reuters)
Mariana Grilli

Repórter de Agro

Publicado em 5 de setembro de 2023 às 06h01.

Para se manter entre as líderes do mercado de saúde animal, a multinacional Zoetis presta atenção não apenas no cliente direto, que é o pecuarista, mas também está atenta ao comportamento do consumidor de proteína animal. Afinal, para além do gado de corte, aves, porcos e ovos compõem a alimentação da população, que busca saber mais a origem do alimento. Luis Xavier Rojas, vice-presidente da Zoetis no Brasil, conta à EXAME que há diferentes realidades entre os continentes, o que que contribui para a complexidade do negócio, incluindo os perfis de consumidores no mundo.

“Na Europa e Estados Unidos, que são duas grandes áreas produtoras, estão enfrentando diferentes desafios. Se não é por questões ambientais, é também por bem-estar animal e questões relacionadas à proteína alternativa. São muitas pressões para a produção”, diz.

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No Brasil, ainda que haja este tipo de barreira, a quantidade e qualidade da proteína produzida é um diferencial do produto nacional. O desafio aqui, segundo Rojas, se trata de equilibrar o preço pago ao produtor e o preço repassado ao consumidor.

Preço pago, por quem produz e consome

Para o pecuarista brasileiro, as margens entre cria, recria e engorda estão apertadas, sobretudo pelo custo da alimentação animal, que chega a representar quase 70% das despesas da pecuária de corte. Além disso, a demanda externa apresentou recuo, deixando mais carne disponível internamente.

“A inversão do ciclo da carne, em que as vacas estão sendo vendidas também, mostra que todos estão entrando no mercado para buscar melhor rentabilidade. E aí temos essa sobreoferta de carne”, diz o executivo da Zoetis.

A aposta é confiar que o volume comercializado dentro do país compense a queda do preço pago ao produtor, em vista da alta oferta.

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Ao avaliar os preços da carne bovina brasileira para o consumidor, Rojas afirma que estão a um patamar mais baixo em relação a concorrentes internacionais, pois o nível de tecnificação e eficiência na produção é superior no Brasil.

“Até pouco tempo essa queda no preço não tinha alcançado o consumidor final, mas agora está chegando e tende a ficar ainda mais barato”, afirma.

Desempenho no mercado

Empresa listada na bolsa dos Estados Unidos há pouco mais de 10 anos, a Zoetis (NYSE:ZTS) se tornou independente da farmacêutica Pfizer e começou sua jornada já em disputa com gigantes do mesmo segmento de saúde animal.

Apenas no segundo trimestre deste ano,aZoetisapresentouuma receita de 2,2 bilhões de dólares. Já o lucro líquido avançou 27% no mesmo período, para 671 milhões de dólares.

As projeções da companhia indicam que a receita anual ficará na faixa de US$ 8,5 bilhões a US$ 8,65 bilhões, com um aumento de 6% a 8% em relação a 2022, quando a receita foi de8,1 bilhões de dólares, mediante crescimento de 2,8%. Além disso, nos últimos três anos, a companhia cresceu seu lucro por ação em 12% ao ano.

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