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Brasil tem vaca mais cara já vendida na história, com preço que chega a R$ 20 milhões

País está na vanguarda da genética bovina: faz mais fertilizações in vitro do que qualquer outra nação

Brasil é o maior exportador de carne bovina do mundo; boom do agro veio nos anos 2000 (Exame.com)

Brasil é o maior exportador de carne bovina do mundo; boom do agro veio nos anos 2000 (Exame.com)

Da Redação
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Redação Exame

Publicado em 5 de junho de 2024 às 10h51.

Você conhece a Viatina-19 FIV Mara Movéis? Não faz ideia do que seja isso? Tudo bem. Vamos explicar. É a vaca mais cara já vendida em leilão, por US$ 4 milhões (quase R$ 20 milhões), segundo o Guinness World Records. Isso é três vezes mais que o preço do último recordista. Pesando 1.100 kg, ela é duas vezes mais pesada que um adulto médio de sua raça.

Criadores não poupam despesas para tentar garantir herdeiros da espécie. Segundo reportagem da Associated Press, aqueles que desejam melhorar a genética do seu gado pagam cerca de US$ 250 mil pela oportunidade de coletar óvulos da Viatina-19.

Apesar de cientistas dizerem que a humanidade precisa consumir menos carne bovina, principal fonte agrícola de gases do efeito estuda e um importante fator para o desmatamento na Amazônia, a pecuária brasileira continua sendo uma importante fonte de desenvolvimento econômico para o país, além de buscar novos mercados para exportação. O Brasil, aliás, é o maior exportador de carne bovina do mundo.

O boom das commodities nos anos 2000 impulsionou a agropecuária brasileira, especialmente com a China em ascensão comprando soja e carne bovina. Hoje, a influência do agro vai do Congresso à música.

O ramo está tão desenvolvido no Brasil que o país, junto dos EUA, está na vanguarda da genética bovina; faz mais fertilizações in vitro do que qualquer país do mundo

No Brasil, 80% das vacas são Zebus, uma subespécie originária da Índia. A Viatina-19 pertence à raça Nelore, criada para produção de carne e não de leite, e que constitui a maior parte do rebanho brasileiro.

De acordo com a AP, as primeiras Zebus chegaram ao Brasil na segunda metade do século 19 e se mostraram mais resistentes. Eles lidaram bem com o calor tropical, mostraram-se resistentes aos parasitas e ganharam peso mais rapidamente.

Um premiado touro Nelore chamado Karvardi chegou da Índia em 1963, e alguns criadores ainda preservam doses congeladas de seu sêmen, de acordo com a associação Zebu brasileira. Envolto em vestimentas tradicionais indianas, o corpo preservado de Karvardi está no Museu Zebu em Uberaba, cidade onde vive a Viatina-19.

O município em Minas Gerais realiza um encontro anual chamado ExpoZebu que se autodenomina a maior feira do mundo do setor. Na última edição, realizada há algumas semanas, 10 mil pessoas passaram por lá. Pecuaristas vieram de lugares tão distantes - do Zimbábue a Indonésia.

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