Exame Logo

Kofi Annan reúne apoio da Turquia e da oposição síria

O líder do CNS, Burhan Ghalioun, manifestou na sexta-feira passada seu temor a que a missão, ao final, se reduza a apenas 'um esforço de mediação sem sentido'

O CNS ressaltou sua mudança de postura, antes crítica à missão de Annan (Pool/ Getty Images)
DR

Da Redação

Publicado em 13 de março de 2012 às 15h10.

Istambul - Após dois dias de intensa ação diplomática, o enviado especial da ONU e da Liga Árabe para a Síria, Kofi Annan, deixou nesta terça-feira a Turquia com o apoio tanto do governo de Ancara como da oposição síria concentrada no exílio para sua iniciativa de frear a violência no país árabe.

O primeiro-ministro turco, Recep Tayyip Erdogan, explicou que tanto ele como seu ministro das Relações Exteriores, Ahmet Davutoglu, debateram 'todos os detalhes' da recente visita do enviado da ONU a Damasco e que Ancara respalda plenamente sua missão.

'A violência deveria cessar imediatamente e seria preciso abrir vias para uma transição política. É preciso fazer o máximo possível para isso', reiterou Erdogan, antes de advertir ao regime sírio que 'não se aproveite da visita de Annan'.

Horas antes, em reunião realizada em Ancara, o Conselho Nacional Sírio (CNS), que busca representar toda a oposição ao regime do presidente Bashar al-Assad, expressou também seu respaldo aos esforços do ex-secretário-geral da ONU. O CNS ressaltou assim sua mudança de postura, antes crítica à missão de Annan.

O líder do Conselho, Burhan Ghalioun, manifestou na sexta-feira passada seu temor a que a missão, ao final, se reduza a apenas 'um esforço de mediação sem sentido'.

'Annan nos explicou a natureza de sua missão e (o conteúdo) de suas duas reuniões com Assad, nas quais este lhe prometeu que responderia a suas propostas até hoje', disse à Agência Efe o militante Mahmoud Osman, um membro do CNS.

O mediador disse compreende o 'drama humano que ocorre na Síria' e que fará o possível para frear os massacres. Por isso, segundo Osman, o enviado da ONU prometeu manter os esforços para negociar com 'Catar, Arábia Saudita, Irã, China, Rússia e os demais países que tenham relação com o conflito'.


O ativista ressaltou que Annan reconheceu o CNS como 'um dos representantes do povo sírio' e continuará em contato, embora por enquanto não haja uma agenda de atuação concreta prevista entre o Conselho e o intermediário ganês.

Osman afirmou que Burhan Ghalioun, presidente do CNS e líder da delegação de seis membros presente em Ancara, pediu a Annan que se esforce para fazer chegar o mais rápido possível ajuda humanitária e médica à população civil.

Ele confirmou ainda que, junto aos esforços diplomáticos, o CNS mantém o pedido de envio de armas ao Exército Sírio Livre (ESL) - guerrilha que luta contra o regime Assad -, mas negou que o Conselho, que assinou um acordo de colaboração com o ESL, esteja prestando este apoio e enviando armas neste momento.

Até agora, o ESL só dispõe das armas transportadas pelos desertores que abandonam o Exército regular ou as forças policiais, ressaltou Ghalioun à imprensa turca após a reunião.

Ele acrescentou que, se os esforços diplomáticos falhassem, haveria estados dispostos a armar o ESL, mas não revelou quais seriam.

Enquanto isso, Erdogan lembrou nesta terça-feira que a Turquia planeja abrigar no dia 2 de abril uma nova cúpula do grupo de países 'Amigos da Síria', formado sobretudo por nações árabes e europeias, que se reuniu pela primeira vez em 24 de fevereiro passado, na Tunísia.

Esta nova reunião pretende, segundo o líder turco, encontrar vias para pressionar Bashar al-Assad e pôr fim à violência.

Veja também

Istambul - Após dois dias de intensa ação diplomática, o enviado especial da ONU e da Liga Árabe para a Síria, Kofi Annan, deixou nesta terça-feira a Turquia com o apoio tanto do governo de Ancara como da oposição síria concentrada no exílio para sua iniciativa de frear a violência no país árabe.

O primeiro-ministro turco, Recep Tayyip Erdogan, explicou que tanto ele como seu ministro das Relações Exteriores, Ahmet Davutoglu, debateram 'todos os detalhes' da recente visita do enviado da ONU a Damasco e que Ancara respalda plenamente sua missão.

'A violência deveria cessar imediatamente e seria preciso abrir vias para uma transição política. É preciso fazer o máximo possível para isso', reiterou Erdogan, antes de advertir ao regime sírio que 'não se aproveite da visita de Annan'.

Horas antes, em reunião realizada em Ancara, o Conselho Nacional Sírio (CNS), que busca representar toda a oposição ao regime do presidente Bashar al-Assad, expressou também seu respaldo aos esforços do ex-secretário-geral da ONU. O CNS ressaltou assim sua mudança de postura, antes crítica à missão de Annan.

O líder do Conselho, Burhan Ghalioun, manifestou na sexta-feira passada seu temor a que a missão, ao final, se reduza a apenas 'um esforço de mediação sem sentido'.

'Annan nos explicou a natureza de sua missão e (o conteúdo) de suas duas reuniões com Assad, nas quais este lhe prometeu que responderia a suas propostas até hoje', disse à Agência Efe o militante Mahmoud Osman, um membro do CNS.

O mediador disse compreende o 'drama humano que ocorre na Síria' e que fará o possível para frear os massacres. Por isso, segundo Osman, o enviado da ONU prometeu manter os esforços para negociar com 'Catar, Arábia Saudita, Irã, China, Rússia e os demais países que tenham relação com o conflito'.


O ativista ressaltou que Annan reconheceu o CNS como 'um dos representantes do povo sírio' e continuará em contato, embora por enquanto não haja uma agenda de atuação concreta prevista entre o Conselho e o intermediário ganês.

Osman afirmou que Burhan Ghalioun, presidente do CNS e líder da delegação de seis membros presente em Ancara, pediu a Annan que se esforce para fazer chegar o mais rápido possível ajuda humanitária e médica à população civil.

Ele confirmou ainda que, junto aos esforços diplomáticos, o CNS mantém o pedido de envio de armas ao Exército Sírio Livre (ESL) - guerrilha que luta contra o regime Assad -, mas negou que o Conselho, que assinou um acordo de colaboração com o ESL, esteja prestando este apoio e enviando armas neste momento.

Até agora, o ESL só dispõe das armas transportadas pelos desertores que abandonam o Exército regular ou as forças policiais, ressaltou Ghalioun à imprensa turca após a reunião.

Ele acrescentou que, se os esforços diplomáticos falhassem, haveria estados dispostos a armar o ESL, mas não revelou quais seriam.

Enquanto isso, Erdogan lembrou nesta terça-feira que a Turquia planeja abrigar no dia 2 de abril uma nova cúpula do grupo de países 'Amigos da Síria', formado sobretudo por nações árabes e europeias, que se reuniu pela primeira vez em 24 de fevereiro passado, na Tunísia.

Esta nova reunião pretende, segundo o líder turco, encontrar vias para pressionar Bashar al-Assad e pôr fim à violência.

Acompanhe tudo sobre:ÁsiaEuropaONUSíriaTurquia

Mais lidas

exame no whatsapp

Receba as noticias da Exame no seu WhatsApp

Inscreva-se

Mais de Agências

Mais na Exame