Carreira

Qual foi o pior conselho que você ouviu para sua carreira? 10 empresários contam os que eles ouviram

Vejam as dicas que empreendedores ignoraram e que hoje contribuem para o sucesso dos seus negócios

Angelo Donaton, CEO da Lavô: Tanto amigos quanto parentes falavam que era uma loucura empreender, que era mais seguro ficar em uma empresa CLT (Westend61/Getty Images)

Angelo Donaton, CEO da Lavô: Tanto amigos quanto parentes falavam que era uma loucura empreender, que era mais seguro ficar em uma empresa CLT (Westend61/Getty Images)

Publicado em 12 de setembro de 2023 às 08h08.

Última atualização em 12 de setembro de 2023 às 12h40.

Vivian Deus, CEO do Joaninha Brechó Infantil

O brechó para crianças até 14 anos, nasceu em 2012, na cidade de Belo Horizonte (MG) e surgiu da necessidade da empresária Vivian Deus em complementar a renda familiar e ter mais tempo com a família. Atualmente, o negócio está com 37 unidades em operação nos estados do Rio de Janeiro, São Paulo, Bahia, Roraima, Pernambuco, Goiás e Pará.

Essa expansão não aconteceria se Vivian Deus, CEO do Joaninha Brechó Infantil, estivesse escutado o conselho da avó do marido quando estava montando a pequena loja: “Vivian, não mexe com isso, não, porque hoje em dia as mulheres não estão engravidando tanto quanto antigamente. Não vai dar certo”.

Apesar do conselho, Vivian seguiu com a ideia e viu o resultado que tanto esperava:

Quando abriu a primeira loja, recebeu a visita de muitas mulheres grávidas e mães com filhos pequenos, e a avó do marido ficou totalmente incrédula: “Vivian, não é que você tinha razão? Não é que esse negócio é bom?”.

“Ela me aconselhou porque vendia roupas também, mas era para pessoas mais velhas, um outro público, e por isso não tinha essa percepção do tamanho do público que eu gostaria de atingir”, afirma a CEO.

A rede segue expandindo e conta com mais 18 unidades em processo de implantação. Reconhecido por produtos de qualidade e preços acessíveis, o Joaninha Brechó Infantil entrou para o franchising em 2019.

Angelo Donaton, CEO da Lavô

A rede de lavanderias self-service do Brasil foi inaugurada em 2018, entrou para o franchising em 2020 e atualmente já conta com mil unidades comercializadas pelo país.

Com a missão de democratizar e simplificar o serviço, a franquia dispensa funcionários e pode ser gerenciada à distância, por meio do sistema on-line.

O pior conselho que já deram para Angelo Donaton, sócio-fundador e CEO da Lavô, veio de mais de uma pessoa. Tanto amigos quanto parentes falavam que era uma loucura empreender, que era mais seguro ficar em uma empresa CLT.

“Com exceção do meu marido, ninguém nunca me incentivou a abrir um negócio. Até entendo a preocupação, porque estamos em um país burocrático e isso é realmente complicado, mas ainda bem que não ouvi estes conselhos e entrei de cabeça no projeto Lavô”, diz o CEO da Lavô.

Angelo Donaton, sócio-fundador e CEO da Lavô (Lavô/Divulgação)

Lucien Newton, vice-presidente do Grupo 300 - Ecossistema de Alto Impacto

A companhia que atua com o objetivo alavancar negócios de forma inteligente, tornando as redes líderes de mercado em seu segmento, é composta por cinco vertentes: Scale-Up, Consultoria, Educação, Aceleradora e Gestão.

Foram dois piores conselhos que Lucien Newton, vice-presidente da vertente de consultoria do Grupo 300 Ecossistema de Alto Impacto, recebeu:

O primeiro foi dado por um amigo mais velho, empreendedor de outros tempos: "Priorize o lucro acima de tudo".

“Embora o lucro seja importante para a saúde financeira de uma empresa, colocar esse aspecto à frente de tudo pode levar a uma cultura tóxica e a decisões de curto prazo. Os CEOs devem considerar também o impacto social e ambiental de suas ações, buscando um equilíbrio entre o sucesso financeiro e a responsabilidade corporativa”, afirma Newton.

Já o segundo, foi dado por um influenciador digital conhecido, afirma o vice-presidente: "Nunca admita erros".

“Admitir erros e aprender com eles é uma parte essencial do crescimento pessoal e profissional. Os CEOs devem ser transparentes e autênticos em relação às suas falhas, reconhecendo-as e buscando soluções. Isso não apenas fortalece a confiança da equipe, mas também incentiva a inovação e o aprendizado contínuo”, afirma Newton.

Atualmente, o Grupo 300 conta com mais de 90 marcas debaixo de seu guarda-chuva, nove mil franquias vendidas e mais 35 mil empregos gerados.

Lucien Newton, vice-presidente da vertente de consultoria do Grupo 300 Ecossistema de Alto Impacto (Grupo 300/Divulgação)

Eduardo Córdova, CEO da Market4u

Com mais de 2 mil lojas em 20 estados brasileiros e no Distrito Federal, o market4u é uma rede de mercados autônomos que opera dentro de condomínios comerciais e residenciais, proporcionando comodidade e segurança para as pessoas por meio de lojas que funcionam 24 horas por dia, 7 dias por semana, sem a necessidade de atendentes.

No início do negócio, o pior conselho que Eduardo Córdova, sócio-fundador e CEO do market4u, recebeu veio de um empresário do ramo de varejo: “O segredo do sucesso é focar somente no cliente”.

“Além da satisfação do cliente, uma boa empresa se preocupa com seus colaboradores, fornecedores e parceiros, porque somente com o sucesso de todos esses elos é que o consumidor será bem atendido”, afirma Córdova.

Eduardo Córdova, sócio-fundador e CEO do market4u (Market4u/Divulgação)

Roberson Alvarenga, CEO da Help Multas

Criada em 2016, a Help Multas é uma rede de franquias especializada em recursos de multas de trânsito, processos de suspensão e cassação da CNH. Atualmente conta com 55 unidades em operação.

“Quando eu comecei com o escritório e apareceram os primeiros serviços fui compartilhar a notícia com uma colega advogada, e o conselho dela foi para eu não fazer, porque segundo ela o que eu estava fazendo se tratava de algo irregular, que era um trabalho restrito a advogado. Isso foi algo que me marcou muito. Foi um balde de água fria bem no começo do projeto,” diz Roberson Alvarenga, CEO da Help Multas.

No entanto, Alvarenga pegou esta informação e foi buscar mais sobre o assunto na legislação. Foi assim que para a sua tranquilidade descobriu que é um trabalho que qualquer pessoa poderia fazer, não é um trabalho restrito há profissionais de uma categoria.

“Este conselho foi o pior da minha carreira, porque se tivesse escutado esta colega eu jamais teria uma rede com 55 franquias, mudado a vida de vários franqueados e ajudado milhares de pessoas a defenderem o direito de dirigir”, afirma o CEO da Help Multas.

Roberson Alvarenga, CEO da Help Multas (helpmultas/Divulgação)

Gustavo Cardamoni, Associação Pizzarias Unidas do Brasil - Apubra

Criada há 20 anos, a Apubra surgiu da necessidade de empresários de trocar informações sobre o mercado gastronômico de pizzas para conhecer a fundo o ramo em que atuavam e buscar conhecimento, capacidade de articulação, realizar grandes compras, e, principalmente, compartilhar processos e soluções.

Esperar que tudo esteja pronto e perfeito para começar um projeto foi um dos piores conselhos que Gustavo Cardamoni, presidente da Apubra, recebeu:

“Recebi esse conselho de mais de uma pessoa, que sem dúvidas gostavam muito de mim e queriam me preservar. Entendo que o conselho era para ajudar a me preparar ao máximo e que meu risco fosse limitado caso a ideia não desse certo. Hoje compreendo que se tenho um projeto, devo estruturá-lo e iniciá-lo o mais rápido possível, assim consigo ajustá-lo ao longo do tempo conforme a necessidade da demanda”, afirma o presidente da Apubra.

Gustavo Cardamoni, presidente da Apubra (Apubra/Divulgação)

Hilston Guerim, sócio-fundador do Mais1.Café

A rede de cafeteria foi inaugurada em 2019 e trabalha desde o clássico coado até drinques gelados com café de grão especial.

Mas essa não foi a primeira empresa que Hilston Guerim, sócio-fundador e diretor de jurídico e de projetos da Mais1.Café, administrou.

“No início da minha vida empresarial, a primeira empresa que montei foi uma franquia de estética. Ao fazer uma visita a um franqueado, escutei o seguinte conselho”:

‘Por mais que seja uma franquia, você precisa ser o primeiro a chegar e o último a sair. Você precisa dominar todas as técnicas dos procedimentos da rede, porque se você não dominar, jamais conseguirá resultado. E já diziam os antigos, o olho do dono que cresce o gado.’

Com esse conselho, Guerim diz que aprendeu três coisas:

  • Primeiro, não é o tempo de permanência no negócio que vai garantir o melhor resultado, e sim a contribuição que você faz para cada atividade acontecer;
  • Não é necessário dominar todas as técnicas, é preciso formar um time que possa usar de todas as suas aptidões para direcionar a geração de resultados;
  • E essa história de que “o olho do dono que faz crescer o gado” não é estar presente o tempo inteiro, mas conduzir análises críticas e pontuais sobre o seu negócio.

Hilston Guerim, sócio-fundador e diretor de jurídico e de projetos da Mais1.Café (Mais1.Café/Divulgação)

Pedro Elero, CEO da AgroBar

O AgroBar é o novo modelo de negócios da Folks Franquias, holding de entretenimento com estilo sertanejo. Pensado para cidades de qualquer tamanho,

Pedro Elero, CEO da Folks Franquias, disse que o pior conselho de carreira que recebeu foi focar em uma única área de estudo.

“Essa recomendação veio do chefe no meu primeiro estágio. Na época, eu cursava faculdade de engenharia e ele me orientou a focar na área de eletrônica e sair da organização estudantil que eu fazia parte, na qual enxergo que foi uma experiência extracurricular que me fez ampliar minhas competências e networking, sendo essencial para minha carreira até hoje.”

“Em um mundo volátil, incerto e com tanta concorrência na qual vivemos, não podemos nos dar ao “luxo” de ser especialista em algo e esquecer o restante. Devemos ser multidisciplinares, ter uma visão holística, entender sobre negócios, pessoas, tecnologia e AI. Um profissional que não se permite explorar, entender e estudar sobre vários assuntos, vai aos poucos perdendo espaço e competitividade no mercado de trabalho,” afirma Elero.

Felipe Buranello, CEO da Maria Brasileira

Criada em 2012, a Maria Brasileira é uma rede de franquias de limpeza residencial e empresarial do país. Com mais de 80 mil atendimentos por mês, está presente em todos os estados do Brasil com mais de 485 unidades, oferecendo serviços de limpeza residencial, limpeza empresarial, passadeira, limpeza pós-obra e sanitização.

Como pior conselho para o seu negócio, Felipe Buranello, CEO e cofundador da Maria Brasileira, disse que a ideia era ter uma barreira entre o dono e o franqueado:

 “Quando estávamos começando a Maria Brasileira fomos pegar umas dicas com um franqueador dono de uma rede de franquias importante, recebemos muitos conselhos bons, mas teve um que marcou, o franqueador sugeriu evitar se relacionar com franqueado, porque o franqueado não é amigo, e eu guardei isso.”

“Eu e o Eduardo Pirré, também sócio-fundador, sempre fomos figuras próximas do franqueado. Tanto que hoje, 10 anos depois, a Maria Brasileira é considerada uma rede case de sucesso na relação entre franqueadora e franqueado. A gente já ganhou vários prêmios, nos quais são os próprios franqueados que votam. Além da parte de resultado profissional, há também o relacionamento que conta no dia a dia da operação, e você ter um bom relacionamento com a rede é muito importante para aplicar toda e qualquer estratégia comercial e de posicionamento de marca”, diz Buranello.

Felipe Buranello, CEO e cofundador da Maria Brasileira (Maria Brasileira/Divulgação)

Dr. Edson Ramuth, CEO do Emagrecentro

O Emagrecentro foi fundado em 1986 e entrou para o franchising em 1994. A rede é uma franquia de emagrecimento que conta com a metodologia aprovada por trabalho científico e oferece o método patenteado e certificado, desenvolvido pelo Dr. Edson Ramuth, denominado Método 4 fases.

Quando eu realizava meu MBA executivo com enfoque em marketing, um dos vários temas abordados e conselhos dados em sala de aula era a alavancagem do negócio baseado em empréstimos. Acontece que as taxas de juros bancários são altíssimas no Brasil, portanto, essa dica de crescimento não se aplica, podendo formar o efeito bola de neve. Esta empresa teria uma dívida que não teria como pagar ou passaria durante muitos anos tendo grande parte de seus lucros entregue aos bancos”, afirma Dr. Edson Ramuth, fundador e CEO do Emagrecentro.

Dr. Edson Ramuth, fundador e CEO do Emagrecentro (Emagrecentro/Divulgação)

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