Zâmbia bloqueia redes sociais e WhatsApp em dia de eleição presidencial
Pleito tem sido acompanhado por órgãos internacionais sob risco de a Zâmbia requerer uma renegociação de dívidas após resultado
Thiago Lavado
Publicado em 13 de agosto de 2021 às 15h55.
Aplicativos de mensagens, como o WhatsApp , e redes sociais, incluindo Facebook , Twitter e Instagram , foram bloqueados na Zâmbia na quinta-feira, 12, durante as eleições presidenciais do país.
O Facebook confirmou o bloqueio à imprensa norte-americana, em sites como CNN e The Verge. De acordo com um jornal local, chamado Lusaka Times, o governo vinha admitindo nos dias anteriores ao pleito que poderia derrubar as redes sociais e os apps de mensagens se os cidadãos "falhassem em utilizar corretamente o o ciberespaço durante a eleição".
Perfis que monitoram atividade de tráfego de internet apontaram para a restrição imposta aos serviços no país.
Apesar disso, não há posição oficial sobre o bloqueio digital, mas acredita-se que a queda seja para impedir compartilhamento de informações e notícias, incluindofake news, no dia em que a população foi às urnas.
A Zâmbia vive uma disputa eleitoral acirrada em meio a cenário econômico tomado por dívidas nacionais. A disputa é entre o atual presidente Edgar Lungu, que busca um segundo mandato apoiado por investimentos bilionários da China no país, contra Hakainde Hichilema, inimigo eleitoral histórico de Lungu e magnata de negócios na Zâmbia.
Hichilema baseou sua plataforma em uma crítica ao mandatário atual, afirmando que a política do governo trancou o país junto à China ao aceitar empréstimos de Pequim.
Após a votação e o anúncio de um vencedor, é esperado que a país do sul da África precise renegociar suas dívidas, o que levou o FMI e outros órgãos internacionais a acompanhar o pleito de perto.
Antes de as urnas fecharem na quinta-feira, as pesquisas indicavam uma disputa sem vencedor definido, em que qualquer um dos lados poderia sair vitorioso.