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Vendas online chamam a atenção até dos mais conservadores

Número de compradores virtuais cresceu 30% no ano passado. Não é euforia, e sim realidade, segundo empresários e analistas do setor

EXAME.com (EXAME.com)
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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 12h43.

No rastro do crescimento da internet brasileira, escondem-se outros serviços de potencial ainda maior. O fenômeno mais claro está no varejo online. Enquanto o número de internautas domiciliares cresceu apenas 5% em 2004, o de compradores virtuais passou de 2,5 milhões para 3,2 milhões de pessoas ou seja, um salto de 30%.

"Não é euforia. O potencial de expansão do varejo online é inegável", diz Tânia Sztamfater, analista de internet do Unibanco, que nesta semana começou a acompanhar as ações do Submarino, site de compras que abriu capital neste ano.

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A iniciativa do Unibanco pode ser um grande indício de que o mercado financeiro, finalmente, está perdendo o trauma causado pela bolha da internet. As previsões astronômicas do início da década deram lugar a uma análise real dos balanços das empresas. O Submarino, por exemplo, entrou no azul em 2004. Dos 52 milhões de reais de prejuízo apresentados em 2000, a empresa registrou lucro líquido de 6,3 milhões de reais no ano passado.

Segundo a analista do Unibanco, mesmo adotando uma posição conservadora, foi possível recomendar um "buy" (compra) para os papéis do Submarino nessa semana. Tânia aposta em um preço-alvo de 23,80 reais por ação, enquanto nos últimos dias o preço médio tem sido de 15 reais. "O crescimento pode não ser explosivo, mas a tendência de expansão do comércio eletrônico é certa", diz a analista.

Devagar e sempre

O número de compradores online, no Brasil, ainda é pequeno. Estima-se que, do total de internautas, apenas 15% tenham o costume de comprar pela web. No Uruguai, essa parcela é de 35%. Nos Estados Unidos, chega a 70%.

Existiria algum problema específico ao mercado brasileiro? Cid Torquato, presidente da Câmara e-Net, acha que não. "Nossa internet é modelo no mundo, estamos no caminho certo", diz. Ele admite que o país tem limitações sócio-econômicas, mas que ainda assim existe um público com poder aquisitivo suficiente para participar do varejo online. "É apenas uma questão de tempo", completa Torquato.

As vendas pela internet no Brasil excluindo automóveis, leilões e turismo movimentaram 1,7 bilhão de reais em 2004, segundo a consultoria e-Bit. CDs e DVDs ainda lideram a preferência do internauta, mas já é possível identificar novas tendências de consumo virtual. No final do ano passado, os eletrônicos ultrapassaram os livros como o segundo grupo de artigos mais comprados. O motivo? Câmeras digitais. A vedete dos eletrônicos atraiu a atenção do internauta, ajudando a derrubar o mito de que o brasileiro compra apenas objetos de baixo valor nas lojas virtuais. Prova de que, dependendo da oferta, o internauta é capaz de abrir exceções.

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