Usuários ameaçam deixar o Facebook após investimento do Goldman Sachs
Em mensagem a Mark Zuckerberg, grupo de internautas pede que empresa rompa acordo com banco
Da Redação
Publicado em 4 de janeiro de 2011 às 13h01.
São Paulo – Um grupo de usuários do Facebook está alertando o presidente-executivo da empresa, Mark Zuckerberg, que não “curtiu” o aporte de 500 milhões de dólares que o site recebeu do banco Goldman Sachs e da empresa russa Digital Sky Technologies, revelado na segunda-feira (3). Descontentes com o vínculo da rede social com a instituição financeira, que no ano passado foi investigada por suspeita de fraude, diversas pessoas ameaçam encerrar suas contas no Facebook como forma de protesto.
O Goldman Sachs, que já era criticado em várias páginas e grupos dentro do Facebook, virou alvo da ira de mais uma comunidade. Pouco depois de a notícia do investimento vir à tona, o internauta Andre Mahias criou o grupo Keep Your Dirty Hands Off My Facebook (Mantenha suas mãos sujas longe do meu Facebook).
Na mensagem de descrição do grupo, os membros se comprometem a abandonar o site a menos que Zuckerberg desfaça o acordo com os bancos. “Caro Sr. Zuckerberg, uma vez que você recentemente se envolveu com o Goldman Sachs e algum investidor russo obscuro, não podemos mais apoiar seu negócio. Portanto, a menos que você rompa seu acordo com esses banqueiros infames, nosso grupo de amigos irá cancelar as contas no Facebook no dia 31 de janeiro, às 12h00 GMT [10 horas no horário brasileiro de verão], nenhum minuto mais tarde”, diz o texto.
Em abril de 2010, o Goldman Sachs foi acusado de fraudar uma operação que teria levado à perda de 1 bilhão de dólares pelos seus clientes. O banco teria omitido de seus clientes informações sobre um produto financeiro ligado a hipotecas subprime (de maior risco de inadimplência).
Protestos
O Facebook já enfrentou um protesto semelhante em 2010, quando usuários escolheram o dia 31 de maio para sair da rede social depois de se sentirem prejudicados com a falta de privacidade do site. O protesto ficou conhecido como QuitFacebookDay (Dia de sair do Facebook) e agregou pouco mais de 30 mil pessoas.
Embora tenha sido considerado um fracasso em termos numéricos (em um único dia o Facebook recuperaria a quantidade de usuários que abandonaram o site), o QuitFacebookDay ajudou a pressionar a empresa de Zuckerberg a reconhecer que errou e a anunciar mudanças nas configurações de privacidade da rede social.
A comunidade Keep Your Dirty Hands Off My Facebook contava com 232 participantes até a manhã desta terça-feira (4).