Universidade suíça cria drone com plumas que imita voo das aves
Drone é capaz de mudar a envergadura de suas asas, voar a altas velocidades e se movimentar em espaços estreitos
EFE
Publicado em 16 de dezembro de 2016 às 08h59.
Genebra - Pesquisadores da Escola politécnica federal de Lausanne (Suíça) fabricou um drone com plumas artificiais que imita o voo das aves, informa nesta sexta-feira a revista "Royal Society Interface Focus".
"A maioria dos drones é desenhada para funcionar em condições específicas, enquanto as aves se adaptam às diferentes mudanças do clima", explica o diretor da pesquisa Dario Floreano em um vídeo divulgado pela universidade.
Os pesquisadores do Laboratório de Sistemas Inteligentes construíram um drone alado de baixo consumo energético, capaz de mudar a envergadura de suas asas, voar a grande velocidade e se movimentar em espaços estreitos.
"As aves podem transformar o tamanho e a forma de suas asas porque têm um esqueleto articulado controlado pelos músculos e coberto de plumas, que se sobrepõem quando as asas estão dobradas", explica um dos pesquisadores, Matteo diz Luca.
Um dos grandes desafios foi o desenho do drone, já que é "extremamente difícil encontrar o equilíbrio entre a eficiência aerodinâmica e o peso do dispositivo", afirma outro dos especialistas, Stefano Mintchev.
Para conseguir o máximo movimento das asas, estas contam com plumas artificiais compostas por fibra de cristal recobertas com um tecido de náilon e reforçadas com uma estrutura de fibra de carbono.
O drone abre e fecha suas asas, por isso que pode voar rapidamente com as asas enviadas e resistir fortes ventos quando estão dobradas, asseguram os cientistas.
Ao mudar sua envergadura durante o voo, o dispositivo é capaz de voar entre obstáculos, completando com requisitos aerodinâmicos procurados pela equipe de pesquisadores.
"Com as asas cruzadas, descobrimos que não necessitávamos aerofólios para ajudar o giro durante o voo", diz o diretor da pesquisa.
Este drone alado abre novas possibilidades para a indústria aeronáutica, já que sua capacidade de adaptação poderia resultar muito eficiente a baixa altitude ou em um entorno urbano, onde os ventos mudam rapidamente.
Estas asas que "podem se adaptar ao meio ambiente e as condições meteorológicas" são especialmente relevantes levando em conta que os engenheiros "ainda tratam de encontrar a substituição ideal para as asas rígidas e os aerofólios dos aviões", asseguram os pesquisadores.