Tecnologia

Cientistas vencem prêmio de US$ 1,5 milhão por máquina que mede acidez dos oceanos

A Sunburst Sensors venceu um concurso que buscava encontrar a melhor tecnologia para medir a acidez dos oceanos

Xprize (Divulgação)

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Da Redação

Publicado em 22 de julho de 2015 às 14h05.

Um grupo de cientistas americanos ganhou um prêmio de 1,5 milhão de dólares, concedido pela Fundação Xprize, por desenvolver uma nova tecnologia, mais acessível e precisa, para medir a acidificação dos oceanos. Acompanhar de perto esse processo é importante porque ele afeta diretamente a vida marinha. Diversas espécies de plantas e animais constroem seus cascos e esqueletos usando um composto chamado de carbonato de cálcio. Quando a água está ácida demais, ela simplesmente quebra esse ingrediente, colocando em perigo a vida desses seres.

Para desenvolver a nova técnica, os pesquisadores da startup americana Sunburst Sensors fizeram algo semelhante ao que você viu nas aulas de química no colegial, quando usava uma fita de papel de tornassol para descobrir se um composto era ácido ou básico. Mas de um jeito bem mais complexo e preciso.

O processo envolve primeiro a mistura de amostras de água com corantes. Depois, a máquina dispara um laser na mistura, para identificar o pH da água, em um processo chamado de espectrofotometria, que reconhece a estrutura molecular de uma substância ao medir sua capacidade de absorver luz. A tecnologia custa mil dólares, ao contrário de outras semelhantes, que chegam a 15 mil dólares.

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James Beck, CEO da Sunburst Sensors, afirma que a vitória na competição foi uma surpresa, e que a empresa está ansiosa para investir a quantia recebida no desenvolvimento de novas tecnologias. "Somos uma companhia de dez pessoas, então não tínhamos os recursos que muitos de nossos concorrentes possuíam", afirma Beck. "Agora poderemos fazer algumas coisas que não éramos capazes."

A Fundação Xprize é uma organização sem fins lucrativos que busca incentivar a inovação e o desenvolvimento tecnológico por meio de competições, abertas ao público em geral. A entidade quer promover a criação de tecnologias que atendam às necessidades mais urgentes da humanidade. As competições da fundação oferecem prêmios, pagos por empresas como Google e a Qualcomm, para pessoas ou equipes que criam as melhores tecnologias de acordo com cada um dos concursos.

Lançado em 2013, o Wendy Schmidt Ocean Health Xprize queria que as equipes desenvolvessem a tecnologia mais precisa e acessível para medir a acidificação dos oceanos, um dos principais problemas causados pelas mudanças climáticas.

Estima-se que 25% do CO2 emitido pela humanidade seja dissolvido nos oceanos do planeta e transformado em ácido carbônico, que altera a composição química dos mares.

O problema é que os cientistas ainda não conseguem medir com precisão qual o estado desse processo de acidificação. O processo tradicional de medição é trabalhoso demais: o pesquisador precisa ir até o mar, coletar pequenas amostras e enviá-las a um laboratório para análise. Esse sistema é caro e pouco eficaz, já que mede apenas as águas da superfície do oceano, sem considerar os níveis de pH do fundo do mar.

Segundo Paul Bunje, diretor do concurso da fundação Xprize, a organização percebeu a necessidade da criação de tecnologias acessíveis que possam medir o pH dos oceanos em tempo real. “A menor mudança no pH pode significar a diferença entre vida e morte”, afirma Bunje.

Fonte: Xprize

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