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Tesla: Órgão americano investiga 23 acidentes envolvendo piloto automático

Empresa de Elon Musk está sendo investigada por acidentes que podem ter envolvido sua ferramenta de piloto automático, ações da Tesla caíram em 20%

Elon Musk: o CEO da Tesla não se pronunciou sobre os últimos acidentes, mas reenforça que seus carros são seguros (Getty Images/Getty Images)
LP

Laura Pancini

Publicado em 23 de março de 2021 às 10h35.

Última atualização em 23 de março de 2021 às 10h38.

A Administração Nacional de Segurança de Tráfego Rodoviário dos Estados Unidos (NHTSA, na sigla em inglês) confirmou estar investigando 23 acidentes que podem ter sido causados por uma falha na ferramenta de piloto automático dos carros Tesla , empresa do bilionário Elon Musk.

Piloto automático da Tesla

Com radar e câmeras para detectar marcações de faixa, veículos e objetos, o piloto automático da Tesla é um sistema computadorizado que pode dirigir, frear e acelerar automaticamente com pouca intervenção do motorista.

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Apesar da empresa de Elon Musk afirmar que o uso da ferramenta é apenas para rodovias divididas, vídeos nas redes sociais mostram motoristas usando ela em vários tipos diferentes de estradas.

A Tesla vem enfrentando questionamentos sobre sua tecnologia desde um acidente que ocorreu na Flórida em 2016. Agora, as coisas pioraram para Musk: o preço das ações da companhia caíram 20% na primeira semana de março em meio a sinais de que seus carros elétricos estavam perdendo destaque no mercado em comparação com outras montadoras tradicionais, como a Ford e a Volskwagen.

“Precisamos ver os resultados das investigações primeiro, mas esses incidentes são os exemplos mais recentes que mostram que esses recursos avançados de controle de cruzeiro que Tesla tem não são muito bons em detectar e, em seguida, parar para um veículo que está parado em uma circunstância de rodovia”, disse Jason Levine, diretor executivo do Center for Auto Safety.

Acidentes com Teslas são investigados

Em 2016, na Flórida, o piloto automático da Tesla não conseguiu reconhecer um carro branco contra o céu claro e não freou, causando um acidente fatal. O motorista também conseguiu usar a ferramenta fora das estradas recomendadas e dirigiu a 119 quilômetros por hora, ignorando avisos do carro de manter as mãos no volante.

Três anos depois, também na Flórida, outro incidente fatal ocorreu em circunstâncias parecidas. O carro bateu contra um trailer quando o piloto automático foi acionado e os investigadores conseguiram concluir que as mãos do motorista não estavam no volante antes do impacto.

Em fevereiro, na cidade de Detroit, um carro Tesla passou por baixo de um reboquete de trator que cruzava a estrada e arrancou o teto do seu próprio carro. Não é claro se o piloto automático estava ligado, mas o motorista e o passageiro ficaram gravemente feridos.

A NHTSA também investiga outro acidente que ocorreu no final de fevereiro em Houston, que também não há confirmação de que o piloto automático estava ligado. O Tesla colidiu com um veículo policial parado em uma rodovia.

Por último, um Tesla Model Y em março também atingiu um carro policial, atingindo sua traseira na cidade de Lansing, em Michigan. O motorista sobreviveu e a polícia afirma que o piloto automático estava ligado.

Outros 18 casos estão sendo investigados pela NHTSA.

Elon Musk (não) se pronuncia

A Tesla e seu CEO não abordaram os acidentes mais recentes publicamente. A empresa tem o poder de saber se alguns acidentes foram por conta do piloto automático, devido aos dados sendo enviados automaticamente dos carros, mas não afirmou nada.

A companhia de Musk reforça que seus carros são seguros e que seus dados mostram que os Teslas têm menos acidentes por quilômetro percorrido e "ainda menos quando o piloto automático está em uso". Ela também comenta que os motoristas devem prestar atenção à estrada e seguir as recomendações do Tesla para retomar o controle de seus carros quando necessário.

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