Todos estavam esperando e agora aconteceu: os suíços finalmente entraram na briga dos relógios inteligentes.
Apenas algumas semanas depois de a Swatch ter anunciado que lançará um relógio inteligente para concorrer com o Apple Watch, uma nova empresa suíça chamada Manufacture Modules Technologies (MMT) apresentou uma linha de relógios inteligentes fabricados na Suíça.
A MMT é uma joint venture entre a Fullpower Technologies, empresa de tecnologia de vestir do Vale do Silício, e a Union Horlogère Holding, proprietária das relojoarias suíças Frédérique Constant e Alpina.
Você pode achar que nunca ouviu falar da tecnologia MotionX, da Fullpower, mas é ela que está por trás dos elegantes produtos Jawbone e dos aparelhos de vestir da Nike.
A MMT foi criada especificamente para este projeto e tem sede em Genebra, o que lhe possibilita comercializar relógios oficialmente suíços.
Os relógios
Antes de nos aprofundarmos nos relógios inteligentes com nomes esquisitos da relojoaria suíça, precisamos esclarecer o que a MMT quer dizer com “relógios inteligentes”.
A categoria tem uma definição extremamente ampla e pode incluir desde uma calculadora de pulso Casio, estilo década de 1980, até aparelhos como o Samsung Gear S e o Apple Watch.
Um relógio inteligente da relojoaria suíça está entre essas duas coisas. É como o Withings Activité (o que não é ruim), pois monitora exercícios e o sono e exibe essas informações em um visor analógico e através de um aplicativo de smartphone. Nada de mensagens de texto, Instagram ou Tinder aqui — o relógio em si não tem um visor digital.
As partes “inteligentes” desses relógios são basicamente as mesmas em toda a plataforma, apesar de os invólucros, os visores e as pulseiras variarem.
No mostrador, há dois submostradores concêntricos no lugar do 6, além dos ponteiros de horas e minutos que você já conhece. Um deles mostra a data, além de um indicador do sono e um contador até 100. Ele pode ser usado para exibir o progresso até um objetivo definido através do aplicativo, como a quantidade de passos diários, e há compatibilidade tanto com o iOS quanto com o Android.
Parte da estratégia da MMT é conceder licenças dessa tecnologia a outras relojoarias à medida que o mercado de relógios inteligentes continua a crescer.
A Fullpower atualmente tem mais de 45 patentes americanas emitidas e mais de 75 patentes adicionais pendentes para diversos produtos, de sensores a software. Embora gigantes como Swatch e TAG Heuer já tenham começado a trabalhar em seus próprios relógios inteligentes, a MMT pretende que sua plataforma sirva para que marcas menores e mais acessíveis possam contar com um sistema sofisticado para entrar nesse jogo.
A grande questão
Pairando sobre tudo isso, há uma questão multibilionária: esse é o tipo de relógio inteligente que as pessoas realmente querem?
Sem dúvidas, um relógio inteligente desse tipo tem suas vantagens. Por utilizar um mecanismo de quartzo movido a bateria e Bluetooth de baixo consumo, não é necessário recarregá-lo (só trocar a bateria a cada dois anos mais ou menos).
Os indicadores são claros e simples, então é fácil incorporar o relógio em sua vida sem grandes mudanças. E, talvez a vantagem mais importante, ele tem um formato e uma estética que os consumidores conhecem e já é uma aspiração de muitos deles. Em outras palavras: ele é bonito e faz sentido.
Mas também há alguns obstáculos. Os monitores de exercícios vêm fazendo mais ou menos a mesma coisa que um relógio inteligente suíço faz (ou algo parecido) há anos, mas a maioria dos consumidores para de usar esses aparelhos seis meses depois de ter comprado um.
Talvez isso seja aceitável para uma pulseira de borracha de US$ 150, mas é provável que não dê certo para um relógio banhado a ouro de US$ 1.295. Além disso, vai ser duro concorrer com os aparelhos que oferecem mais recursos, especialmente quando o preço se torna um fator de decisão.
Sem movimentos mecânicos, eles continuam sendo aparelhos voltados para o consumidor que provavelmente não terão muito atrativo para um colecionador de relógios.
Considerando-se que o Apple Watch deve revolucionar completamente o ecossistema da tecnologia de vestir de uma forma que nós nem podemos imaginar, lançar um relógio inteligente analógico é uma jogada ousada.
Resta saber se é um movimento à frente de seu tempo ou completamente retrógrado.
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1. Computadores de pulso
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1/12 (Antonio De Rosa)
São Paulo – Notícias recentes dão conta de que a maioria das grandes empresas de
tecnologia está investindo no desenvolvimento de relógios inteligentes. Nomes como
Apple (e seu possível
iWatch),
Samsung,
LG,
Google e
Microsoft fazem parte desta lista. Mas apesar de os relógios inteligentes terem se tornado o foco das atenções do mercado nos últimos meses, estes dispositivos estão já há décadas no mercado. Confira nesta galeria de imagens uma seleção que mostra a evolução destes
gadgets que surgiram já nos anos 70.
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2. Pulsar Time Computer/Calculator – 1975
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2/12 (Wikimedia Commons)
Primeiro relógio de pulso a vir equipado com uma calculadora, o Pulsar Time Computer Calculator foi lançado em meados dos anos 70, pela empresa Pulsar. O relógio contava com quatro baterias: duas para a sua tela de LED e duas para a calculadora. Destinado ao público masculino, o modelo vinha com uma caneta que permitia ao usuário o acesso às teclas.
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3. Seiko Data 2000 – 1978
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3/12 (Joe Haupt/Flickr)
Lançado em 1983, o Data 2000 da Seiko vinha acompanhado de uma espécie de teclado, no qual o usuário registrava os dados. Ao acoplar o relógio ao acessório, as informações eram transferidas para o dispositivo. Era ainda capaz de armazenar dados como telefones, compromissos e, é claro, fazer contas. Chamava-se Data 2000 porque suportava apenas 2000 caracteres.
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4. Epson RC-20 - 1985
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4/12 (Wikimedia Commons)
Com ares de relógio digital convencional, o Seiko Epson RC-20 era equipado com um microprocessador, 8 K de ROM e 2 K de RAM. Além de armazenar contatos e exibir o horário em diferentes partes do mundo, o RC-20 permitia ainda que o usuário transferisse certos programas do computador para o relógio.
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5. Casio CFX - 400 – 1985
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5/12 (Wikimedia Commons)
Fabricado pela Casio, o CFX-400 era um relógio equipado com calculadora cujas funções estavam além dos produtos similares da época. Além de somar ou subtrair, por exemplo, era capaz de calcular raiz quadrada e funções exponenciais. Ou seja, era uma espécie de calculadora científica de pulso.
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6. Timex DataLink – 1994
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6/12 (Wikimedia Commons)
Desenvolvida pela Timex em parceria com a Microsoft, a linha Datalink tinha como objetivo se tornar uma alternativa ainda mais portátil que os então famosos palmtops. Resistente à água, a vantagem da linha era que permitia a transferência de dados do computador para o relógio sem que fosse necessário conectá-los. A família ficou famosa por ter recebido uma certificação da NASA que aprovava o seu uso no espaço, se tornando a linha oficial dos astronautas.
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7. Samsung SPH-WP10 - 1999
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7/12 (Divulgação)
Na ocasião do seu lançamento, o SPH-WP10 foi celebrado pela Samsung como o menor e mais leve dispositivo sem fio do planeta. Além de relógio, o gadget também podia ser utilizado como telefone. O dispositivo não contava com teclado e, para registrar os números, era necessário que o usuário fosse selecionando um a um através do botão localizado abaixo do display.
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8. IBM WatchPad 1.5 – 2000
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8/12 (IBM)
No início dos anos 2000, a IBM se juntou a Citizen, consagrada fabricante de relógios, para desenvolver um gadget baseado no sistema operacional Linux. Desta parceria surgiu o WatchPad 1.5. Sua conectividade era proporcionada via Bluetooth e podia ser acionada através de comandos de voz. Além disso, contava com acelerômetro e sensor de impressão digital.
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9. Fossil Wrist PDA – 2003
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9/12 (Wikimedia Commons)
Baseado no sistema operacional Palm OS, o relógio inteligente desenvolvido pela Fossil chegou ao mercado em 2003 e era vendido por 250 dólares. Assim como os palmtops, o gadget da Fossil era capaz de sincronizar com os computadores. Um problema era que o relógio era pesado, 108 gramas, e tinha um design um pouco desfavorável para o seu propósito, que era o de ser um computador de pulso.
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10. Swatch Paparazzi – 2004
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10/12 (Divulgação)
Desenvolvido pela Swatch e Microsoft, o Paparazzi recebia conteúdo, como notícias e mensagens, por exemplo, através da frequência FM. Baseado em uma tecnologia da Microsoft chamada SPOT, o relógio inteligente fez parte de um time de modelos lançados a partir de várias parcerias da empresa com fabricantes como a suíça Tissot. O modelo da Swatch custava 150 dólares.
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11. WIMM One – 2011
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11/12 (Wikimedia Commons)
O WIMM One, fabricado pela WIMM Labs, era um relógio inteligente baseado em Android cuja conectividade poderia ser feita via WiFi ou Bluetooth. Através de um app, o WIMM One era capaz de transferir mensagens e alerta de chamadas de um smartphone para o relógio. Atualmente, o relógio está fora de linha, mas é possível que a WIMM Labs esteja com novidades na manga: em seu site, a empresa diz ter entrado em uma relação “exclusiva e confidencial” com outra empresa de tecnologia.
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12. Agora veja os relógios atuais que conversam com smartphones
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12/12 (Divulgação)