Relatório secreto sobre Marco Civil vaza na internet
A assessoria do deputado Alessandro Molon nega que exista uma nova versão do texto, além daquela disponibilizada em 20 de novembro de 2012
Da Redação
Publicado em 30 de outubro de 2013 às 18h18.
O deputado Eduardo Azeredo (PSDB/MG) surpeendeu a todos durante a audiência pública realizada na última terça, 29, sobre crimes cibernéticos , ao levar uma versão do substitutivo do Marco Civil da Internet diferente daquela tido como a última disponibilizada pelo deputado Alessandro Molon (PT/RJ).
A assessoria de Molon nega que exista uma nova versão do texto, além daquela disponibilizada em 20 de novembro de 2012. Mas, conforme apurou este noticiário, o texto que estava nas mãos de Azeredo foi divulgado pela Agência Câmara no dia 22 de outubro, após a realização de um videochat com Molon.
Leia aqui a notícia sobre o video chat e aqui o substitutivo divulgado pela Agência Câmara. Apesar da assessoria do deputado negar que o relatório seja oficial, jornalistas da Agência Câmara informaram a interlocutores dentro do Congresso que foi o gabinte de Molon quem disponibilizou a versão que foi colocada no site oficial de notícias da Câmara dos Deputados.
O novo texto aparece justamente no momento em que Molon tem sido criticado por não disponibilizar para análise dos deputados o texto final que, ao que tudo indica, deve ser votado na quarta, 6.
A “versão secreta” do substitutivo traz sinais de que o texto é sim uma evolução, resultado das inúmeras negociações que vêm acontecendo de 2011 para cá. No final do voto (página 82) o texto é datado do ano de 2012, mas ao final do projeto de lei o ano é 2013.
Mudanças
O novo relatório traz mudanças no artigo 2º, 9º e 13º. No artigo 2º a mudança é pequena. O caput ficou assim: “A disciplina do uso da Internet no Brasil tem como fundamento o respeito à liberdade de expressão, bem como:”, sendo que a expressão “o respeito à liberdade de expressão” é nova.
No artigo nono, onde reside toda a polêmica da neutralidade de rede, a alteração à primeira vista foi feita para agradar às teles. No parágrafo segundo que diz: “Na hipótese de discriminação ou degradação do tráfego prevista no parágrafo 1º, o responsável mencionado no caput deve:”, foi retirado o item IV: "oferecer serviços em condições comerciais não discriminatórias”. Era justamente esse o ponto mais criticado pelas teles.
O artigo 13º, por sua vez, foi totalmente substituído pelo parágrafo segundo do mesmo artigo. Saiu o texto: "Na provisão de aplicações de Internet é facultada a guarda dos registros de acesso a estas, respeitado o disposto do artigo 7º". E entou: Art. 13: “Ordem judicial poderá obrigar, por tempo certo, a guarda de registros de acesso a aplicações de Internet, desde que se tratem de registros relativos a fatos específicos em período determinado, ficando o fornecimento das informações submetido ao disposto na Seção IV deste Capítulo”.
Este é um ponto duramente criticado por alguns parlamentares, como o deputado Sandro Alex (PPS/PR). Para ele facultar a guarda dos registros de acesso às aplicações seria uma vergonha ao Brasil, especialmente depois das denúncias de espionagem e dos indícios de colaboração das empresas de Internet como o Google com a NSA.
O deputado Eduardo Azeredo (PSDB/MG) surpeendeu a todos durante a audiência pública realizada na última terça, 29, sobre crimes cibernéticos , ao levar uma versão do substitutivo do Marco Civil da Internet diferente daquela tido como a última disponibilizada pelo deputado Alessandro Molon (PT/RJ).
A assessoria de Molon nega que exista uma nova versão do texto, além daquela disponibilizada em 20 de novembro de 2012. Mas, conforme apurou este noticiário, o texto que estava nas mãos de Azeredo foi divulgado pela Agência Câmara no dia 22 de outubro, após a realização de um videochat com Molon.
Leia aqui a notícia sobre o video chat e aqui o substitutivo divulgado pela Agência Câmara. Apesar da assessoria do deputado negar que o relatório seja oficial, jornalistas da Agência Câmara informaram a interlocutores dentro do Congresso que foi o gabinte de Molon quem disponibilizou a versão que foi colocada no site oficial de notícias da Câmara dos Deputados.
O novo texto aparece justamente no momento em que Molon tem sido criticado por não disponibilizar para análise dos deputados o texto final que, ao que tudo indica, deve ser votado na quarta, 6.
A “versão secreta” do substitutivo traz sinais de que o texto é sim uma evolução, resultado das inúmeras negociações que vêm acontecendo de 2011 para cá. No final do voto (página 82) o texto é datado do ano de 2012, mas ao final do projeto de lei o ano é 2013.
Mudanças
O novo relatório traz mudanças no artigo 2º, 9º e 13º. No artigo 2º a mudança é pequena. O caput ficou assim: “A disciplina do uso da Internet no Brasil tem como fundamento o respeito à liberdade de expressão, bem como:”, sendo que a expressão “o respeito à liberdade de expressão” é nova.
No artigo nono, onde reside toda a polêmica da neutralidade de rede, a alteração à primeira vista foi feita para agradar às teles. No parágrafo segundo que diz: “Na hipótese de discriminação ou degradação do tráfego prevista no parágrafo 1º, o responsável mencionado no caput deve:”, foi retirado o item IV: "oferecer serviços em condições comerciais não discriminatórias”. Era justamente esse o ponto mais criticado pelas teles.
O artigo 13º, por sua vez, foi totalmente substituído pelo parágrafo segundo do mesmo artigo. Saiu o texto: "Na provisão de aplicações de Internet é facultada a guarda dos registros de acesso a estas, respeitado o disposto do artigo 7º". E entou: Art. 13: “Ordem judicial poderá obrigar, por tempo certo, a guarda de registros de acesso a aplicações de Internet, desde que se tratem de registros relativos a fatos específicos em período determinado, ficando o fornecimento das informações submetido ao disposto na Seção IV deste Capítulo”.
Este é um ponto duramente criticado por alguns parlamentares, como o deputado Sandro Alex (PPS/PR). Para ele facultar a guarda dos registros de acesso às aplicações seria uma vergonha ao Brasil, especialmente depois das denúncias de espionagem e dos indícios de colaboração das empresas de Internet como o Google com a NSA.