Projeto de lei que proíbe Uber em SP é aprovado em primeira votação
Foram 48 votos a favor do projeto contra o aplicativo Uber e apenas 1 contrário
Da Redação
Publicado em 30 de junho de 2015 às 17h25.
O projeto de lei municipal que pretende proibir o Uber na cidade de São Paulo foi aprovado por 48 votos a 1 pela Câmara de Vereadores do município. Para começar a valer, a nova regra ainda precisará ser aprovada em segunda votação e posteriormente sancionada pelo prefeito Fernando Haddad (PT).
A votação do projeto não deveria acontecer nesta terça-feira (29), mas o pedido de ajuda que o Uber fez aos seus usuários para pressionar os vereadores da cidade fez com que o vereador Adilson Amadeu (PTB), autor do projeto, colocasse a proposta na pauta desta terça-feira (30), última sessão antes do recesso de julho.
Horas antes da votação, cerca de 500 taxistas com a camiseta Fora Clandestinos bloquearam o viaduto Jacareí, no Centro de São Paulo, para pressionar os vereadores. Se o projeto não for aprovado, pode acontecer uma desgraça. Já ouvi gente falando que se a lei não fiscalizar os clandestinos, vai tomar uma atitude, disse Natalício Bezerra, presidente do Sindicato dos Taxistas Autônomos de São Paulo.
A PM chegou a usar gás de pimenta para afastar taxistas de representantes do Movimento Brasil Livre, que receberam ovos ao darem uma entrevista apoiando o aplicativo. Na galeria da Assembleia, as hostilidades continuaram: Piratas, gritavam os taxistas, enquanto os motoristas do Uber gritavam Liberdade.
Ao defender o projeto no plenário, Amadeu disse que pretende instaurar na câmara uma CPI contra a empresa. Vou atrás deles, para pagarem os impostos que não pagaram para a cidade. Não vou deixá-los furarem os olhos da população e dos taxistas. O vereador chamou os representantes do aplicativo de estelionatários. Vocês entraram em uma barca furada e quem entra em barca furada morre afogado.
Segundo o vereador Ricardo Young (PPS), que votou a favor do projeto de lei, a questão não é ser contrário à tecnologia, citando Spotify e Airbnb como forças que mudaram os seus setores de atividade para melhor. A Uber tem que esperar para entrar no mercado, afirmou. Eles acharam que na base do lobby ganhariam espaço.
Único vereador contrário ao projeto, o vereador José Police Neto (PSD) afirmou que o Plano Diretor aprovado no final do ano passado já legaliza a atuação do Uber em São Paulo, pois estimula o compartilhamento remunerado de carros particulares. Não podemos dar as costas a um avanço tecnológico que beneficia a sociedade como um todo. Precisamos criar as regras de segurança para que esse serviço seja usado pelo cidadão, afirmou. Não me parece que os vereadores reclamem quando usam o WhatsApp no celular.