Por que deletamos amigos do Facebook? A ciência explica
Conflitos políticos e posts demais: alguns amigos têm muito mais chances que os outros de cair fora da sua rede virtual
Da Redação
Publicado em 7 de julho de 2016 às 10h37.
As pessoas têm, em média, 338 amigos no Facebook - muito mais do que são capazes de manter na vida real. É mais fácil dizer "sim" do que "não" quando você recebe uma solicitação de amizade na rede e assim vamos acumulando centenas de colegas virtuais.
Agora, os pesquisadores estão tentando entender o fenômeno contrário: o que está por trás do impulso de desfazer uma amizade no Facebook?
Christopher Sibona, da Universidade de Colorado, em Denver, decidiu investigar quais amigos tem mais chance de não passar pela cyberpeneira das amizades. Ele entrevistou mais de mil usuários da rede de Zuckerberg para chegar a uma resposta.
A conclusão foi de que o maior inimigo das suas amizades facebookianas é a passagem do tempo. Os amigos da época do colegial ficam em primeiro lugar nas relações virtuais desfeitas.
No top 5, também estavam os contatos profissionais, de colegas de trabalho a clientes e fornecedores. Mas os motivos para cortar essas pessoas da sua vida online são muito diferentes.
De acordo com a pesquisa, deletamos os amigos do colegial por dois motivos principais: eles postam conteúdo radical sobre política e religião ou fazem um grande número de posts sobre assuntos irrelevantes.
A teoria de Sibona é que somos menos tolerantes com as besteiras postadas por esse tipo de amizade antiga.
"É possível que, no colegial, as pessoas não soubessem as posições políticas e religiosas umas das outras. Também é possível que um deles (ou ambos) tenha mudado suas visões desde aquela época", diz o estudo.
Existe ainda uma terceira possibilidade: seus "amigos" do colégio nunca foram tão amigos assim. Quando duas pessoas dividem um contexto social (trabalham na mesma empresa, ou estudam na mesma insituição), elas ficam amigas online por "vigilância social" - basicamente, para saber o que as outras pessoas desse ambiente estão fazendo.
Quando acaba a escola ou a faculdade, não é mais tão interessante saber pra que boteco os coleguinhas foram na sexta à noite, e aí não existe um motivo forte o bastante para manter aquele perfil na sua rede.
Tirar seus amigos do colégio do Facebook não é nada pessoal - é uma questão da rede em si. Agora, no trabalho, uma amizade desfeita online indica que as coisas não vão bem no escritório.
Segundo os estudos de Sibona, o maior motivo para deletarmos uma amizade profissional do mundo virtual são problemas offline.
Somos muito mais pacientes com os posts bobos ou radicais dos colegas de trabalho, mas, no momento em que acontece um desentendimento real, o próximo passo é desfazer a amizade no Facebook.
Para o autor do estudo, é provável que deletar alguém do trabalho, com quem existe contato na vida real do dia-a-dia, só por causa de posts chatos, cause situações constrangedoras. Assim, só existe um rompimento virtual depois que a relação real está prejudicada.
Outros fatores também afetam seu hábito de tirar amigos da rede, como idade e gênero. Pessoas mais jovens costumam deletar colegas com mais frequência e são menos tolerantes com as pessoas que postam demais.
Já as mulheres tendem a ser mais pacientes que os homens tanto com as besteiras virtuais quanto sobre as ideias polêmicas dos colegas sobre política e religião.
O autor do estudo pretende continuar estudando o assunto para tentar modelar um "ciclo de vida" da amizade: como ela começa, quando termina e se existe um tempo típico de duração para uma relação entre duas pessoas.
Além disso, ele quer analisar qual a diferença entre as amizades que duram a vida toda e aquelas que só sobrevivem até o próximo escândalo político.
As pessoas têm, em média, 338 amigos no Facebook - muito mais do que são capazes de manter na vida real. É mais fácil dizer "sim" do que "não" quando você recebe uma solicitação de amizade na rede e assim vamos acumulando centenas de colegas virtuais.
Agora, os pesquisadores estão tentando entender o fenômeno contrário: o que está por trás do impulso de desfazer uma amizade no Facebook?
Christopher Sibona, da Universidade de Colorado, em Denver, decidiu investigar quais amigos tem mais chance de não passar pela cyberpeneira das amizades. Ele entrevistou mais de mil usuários da rede de Zuckerberg para chegar a uma resposta.
A conclusão foi de que o maior inimigo das suas amizades facebookianas é a passagem do tempo. Os amigos da época do colegial ficam em primeiro lugar nas relações virtuais desfeitas.
No top 5, também estavam os contatos profissionais, de colegas de trabalho a clientes e fornecedores. Mas os motivos para cortar essas pessoas da sua vida online são muito diferentes.
De acordo com a pesquisa, deletamos os amigos do colegial por dois motivos principais: eles postam conteúdo radical sobre política e religião ou fazem um grande número de posts sobre assuntos irrelevantes.
A teoria de Sibona é que somos menos tolerantes com as besteiras postadas por esse tipo de amizade antiga.
"É possível que, no colegial, as pessoas não soubessem as posições políticas e religiosas umas das outras. Também é possível que um deles (ou ambos) tenha mudado suas visões desde aquela época", diz o estudo.
Existe ainda uma terceira possibilidade: seus "amigos" do colégio nunca foram tão amigos assim. Quando duas pessoas dividem um contexto social (trabalham na mesma empresa, ou estudam na mesma insituição), elas ficam amigas online por "vigilância social" - basicamente, para saber o que as outras pessoas desse ambiente estão fazendo.
Quando acaba a escola ou a faculdade, não é mais tão interessante saber pra que boteco os coleguinhas foram na sexta à noite, e aí não existe um motivo forte o bastante para manter aquele perfil na sua rede.
Tirar seus amigos do colégio do Facebook não é nada pessoal - é uma questão da rede em si. Agora, no trabalho, uma amizade desfeita online indica que as coisas não vão bem no escritório.
Segundo os estudos de Sibona, o maior motivo para deletarmos uma amizade profissional do mundo virtual são problemas offline.
Somos muito mais pacientes com os posts bobos ou radicais dos colegas de trabalho, mas, no momento em que acontece um desentendimento real, o próximo passo é desfazer a amizade no Facebook.
Para o autor do estudo, é provável que deletar alguém do trabalho, com quem existe contato na vida real do dia-a-dia, só por causa de posts chatos, cause situações constrangedoras. Assim, só existe um rompimento virtual depois que a relação real está prejudicada.
Outros fatores também afetam seu hábito de tirar amigos da rede, como idade e gênero. Pessoas mais jovens costumam deletar colegas com mais frequência e são menos tolerantes com as pessoas que postam demais.
Já as mulheres tendem a ser mais pacientes que os homens tanto com as besteiras virtuais quanto sobre as ideias polêmicas dos colegas sobre política e religião.
O autor do estudo pretende continuar estudando o assunto para tentar modelar um "ciclo de vida" da amizade: como ela começa, quando termina e se existe um tempo típico de duração para uma relação entre duas pessoas.
Além disso, ele quer analisar qual a diferença entre as amizades que duram a vida toda e aquelas que só sobrevivem até o próximo escândalo político.