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Olimpíada de Tóquio pode ter medalha de smartphone reciclado

O governo japonês quer diminuir o lixo eletrônico do país colocando os restos dos smartphones nas medalhas da Olimpíada de 2020


	Olimpíada: as medalhas da Rio 2016 são compostas de 92,5% de prata, 6,16% de cobre e 1,34% de ouro
 (Ezra Shaw/Getty Images)

Olimpíada: as medalhas da Rio 2016 são compostas de 92,5% de prata, 6,16% de cobre e 1,34% de ouro (Ezra Shaw/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 22 de agosto de 2016 às 12h37.

São Paulo – O ouro, a prata e o bronze das medalhas da Olimpíada de Tóquio pode vir de um produto que muitas pessoas tem em mãos: um smartphone. Para os organizadores do evento, eletrônicos descartados contém metais o suficientes para a produção de todas as medalhas dos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos de 2020, informa o site Nikkei Asian Review.

No Japão, a quantidade de metais preciosos recuperados de produtos eletrônicos em 2014 inclui 143 kg de ouro, 1.566 kg de prata e 1.112 toneladas de cobre, segundo o portal.

Como o país é pobre em recursos naturais, esses minerais contidos nos smartphones podem evitar a importação de ouro e prata – algo que muitos países fazem para fabricar as medalhas olímpicas. Aliás, vale lembrar que o Comitê Olímpico Internacional estabelece que cada medalha de ouro deve conter pelo menos seis gramas de ouro 24 quilates. As medalhas de ouro da Rio 2016 são compostas de 92,5% de prata, 6,16% de cobre e 1,34% de ouro.

Os organizadores dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos em Tóquio esperam que essa mudança na produção das medalhas faça com que a população se conscientize sobre o desperdício de eletrônicos. Afinal, cerca de 650 mil toneladas de lixo eletrônico são geradas a cada ano no país, segundo o Asian Review. Dessa grandeza, menos de 100 mil toneladas são coletadas. 

“Para que todos os japoneses participem dos Jogos Olímpicos de Tóquio, estamos pedindo que as empresas proponham uma nova forma de coleta e eu gostaria de trabalhar com o comitê olímpico para realizar a proposta”, disse Yuko Sakita, representante da ONG Genki Net para a criação de uma Sociedade Sustentável, em um evento com o governo em junho deste ano, informou o Asian Review. 

Recentemente, o Ministério do Ambiente do Japão pediu aos municípios para recolher um quilo de produtos eletrônicos por pessoa por ano. Porém, muitas cidades não conseguiram recolher nem 100 gramas por cidadão. Assim, se espera que o espírito olímpico – e projetos ambientais – façam com que os japoneses reciclem seus smartphones.

De acordo com a ONU, o lixo eletrônico é “um dos fluxos de resíduos de mais rápido crescimento do mundo” tanto em países desenvolvidos quanto em regiões em desenvolvimento. Um relatório de 2013 da organização previu que o volume global de lixo eletrônico deve crescer em 33% até 2017, o que aumenta as chances de um número maior de materiais tóxicos, como chumbo e mercúrio, entrarem no solo e na água.

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